A visita do Marcílio Dias ao Bento Freitas neste domingo (25) colocará frente a frente dois times que se acostumaram a medir forças na primeira década do século. Mas após duelarem oito vezes pela Série C do Brasileirão entre 2006 e 2009, o Brasil e o time de Itajaí (SC) não voltaram a se encontrar.
São 12 confrontos do Xavante em todos os tempos contra o Marinheiro, segundo o site oGol – o primeiro em 1986. Um deles, entretanto, carrega uma história especial. Em 6 de setembro de 2008, véspera do aniversário rubro-negro, era necessária uma vitória para o Brasil do técnico Itamar Schülle confirmar a classificação à terceira fase da Série C.
Chovia muito em Pelotas e o gramado do Bento Freitas ficou completamente alagado. Mesmo assim, o árbitro paulista Rodrigo Guarizo do Amaral deu condições para a partida. Kito, atacante que atuaria no Xavante no ano seguinte, abriu o placar para o Marcílio antes de Cléber Gaúcho fazer um gol épico, do próprio campo, ao dar um balão para o ataque.
Depois do intervalo, Alex Martins marcou duas vezes e confirmou o triunfo rubro-negro por 3 a 1. “Deu uma falta lateral e foi todo mundo para a área. Um bate-rebate, a bola sobrou para o Milar, o Milar bateu, a bola explodiu no peito do goleiro e sobrou para mim. Dei um carrinho, joguei bola, goleiro e tudo para dentro do gol”, relembra o ex-zagueiro.
Sonho e promessa
Alex Martins diz ter sonhado, às vésperas do jogo, que faria o gol decisivo aos 45 minutos do segundo tempo. Contou para Régis, seu amigo e então companheiro de zaga. A história chegou até o roupeiro Esquerda e, depois, ao ex-presidente Hélder Lopes. No fim, virou uma “promessa forçada” e uma imagem que rende lembranças até hoje.
“Aquilo se espalhou rapidamente nos bastidores dos funcionários. A gente estava concentrado no hotel Tourist e eu desci para o café da manhã e o Hélder e o André Guerreiro [então médico do clube] falaram: ‘olha, se tu fizer o gol, vai subir no placar eletrônico’. Levei na brincadeira”, conta o ex-jogador.
Com a torcida em festa sob chuva e no gramado castigado pelo temporal, Alex foi chamado por Hélder Lopes para subir no placar. Ele usou sua camiseta para vestir o tradicional índio xavante. “Foi um jogo memorável na minha carreira. Muitas pessoas me encontram na rua e lembram. Os torcedores que foram acabaram premiados com um jogo épico na nossa equipe”, relembra.
O Brasil avançou à terceira fase e também ao octogonal final da Série C. Após 14 partidas, o Xavante ficou em sexto lugar, a um ponto do acesso à Série B. Na rodada final, tomou 4 a 1 do Rio Branco, no Acre. A chegada à segunda divisão nacional viria sete anos mais tarde.
Mais jogos
O último encontro entre Brasil e Marcílio foi pela Série C de 2009. Em 21 de julho, Kito, desta vez vestindo vermelho e preto, marcou duas vezes em Itajaí e ajudou o Xavante a vencer por 3 a 2. Jair anotou o outro gol. O Marinheiro não supera o Rubro-Negro desde agosto de 2008, quando, pela segunda fase, fez 2 a 1 também em casa.
Série D
Grupo A8
6ª rodada
Sábado (24)
18h | Barra x São José
Domingo (25)
15h | Azuriz x Guarany
16h | Brasil x Marcílio Dias
Segunda-feira
19h | São Luiz x Joinville