Bloco de oposição se reforça e amplia pressão sobre o governo

Opinião

Douglas Dutra

Douglas Dutra

Jornalista

Repórter e colunista de política do A Hora do Sul | [email protected]

Bloco de oposição se reforça e amplia pressão sobre o governo

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A foto do encontro de 10 vereadores na semana passada manda um recado para o governo do prefeito Fernando Marroni (PT): “estamos unidos e somos fortes”. Embora o grupo ainda não represente a maioria no Legislativo, demonstra o descontentamento com o governo, em especial com a condução política do diálogo entre os poderes.

Um dos catalisadores para esse movimento teria sido a secretária de Governo e primeira-dama, Miriam Marroni, que teria oferecido a secretaria de Desenvolvimento Rural (SDR), atualmente indicada por Michel Promove (PP), ao vereador Éder Blank (PSD).

Um parlamentar ouvido pela coluna afirma que esse movimento “jogou o Michel no colo da oposição” e quebrou a confiança dos vereadores no governo. Segundo ele, a secretária tem “superpoderes”. O governo não confirma se haverá alguma mudança na SDR.

Já um vereador independente avalia que o movimento dos opositores é precipitado e “perigoso para o andamento dos trabalhos da Casa”. “Passam criando tensão com tudo aqui na Câmara”, afirma.

Bloco de oposição congrega 10 vereadores (foto: divulgação)

Impeachment na mesa

Nas últimas semanas, vereadores já levantaram a possibilidade de abrir um processo de impeachment contra o prefeito Marroni e já há, inclusive, um esboço do pedido para o processo de cassação.

Em novembro, depois das eleições, a Câmara aprovou uma lei proposta pelo vereador César Brisolara, o Cesinha (PSB) que determina que as emendas da saúde sejam pagas no primeiro semestre do ano.

A oposição avalia que, caso o prazo não seja cumprido, o prefeito cometerá crime de responsabilidade.

Grupo quer “garantir independência”

Membro do “grupo dos dez”, Marcos Ferreira, o Marcola (UB), diz que o objetivo do grupo é garantir a independência do Legislativo e descarta a possibilidade de impeachment. “Isso não é tema do grupo, o tema é trabalhar para que seja feito o melhor para a população”, diz. “Queremos sinalizar para o governo que é necessário conversar com a oposição”, explica.

Marcola diz que as discussões sobre convites do governo para integrar secretarias passarão por esse bloco. “O grupo só conversa unido, individualmente não tem conversas”, afirma.

Termômetro na CCJ

Um termômetro da força política da oposição contra a base será a votação de projetos enviados pelo governo. Na sessão desta terça, três mensagens da administração devem tramitar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que avalia a legalidade das propostas.

Podem entrar na pauta a contratação do empréstimo de R$ 125,6 milhões para a construção de Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) aprovadas pelo PAC e a contratação emergencial de servidores.

Marcola diz que a Câmara não vai travar projetos do governo, “agora, não vai ser no supetão, vai ter que respeitar os prazos e dialogar”.

Quem faz parte do grupo: Marisa Schwarzer (PSDB), Éder Blank (PSD), Júnior Fox (PL), Cauê Fuhro Souto (PV), Daniel Fonseca (PSD), Cristiano Silva (UB), Marcelo Bagé (PL), Rafael Barriga (UB), Marcola (UB) e Michel Promove (PP).

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