A chegada do período de temperaturas mais baixas liga o alerta para as doenças respiratórias e o aumento nas internações no sistema de saúde gaúcho. Uma das estratégias que pode reduzir a superlotação de leitos é a vacinação contra a gripe, porém, cidades da região ainda registram baixa adesão. Um destes casos é o de Pelotas, onde apenas 23,81% do grupo prioritário está imunizado.
Dados atualizados do Ministério da Saúde (MS) até o sábado, mostram que Pelotas aplicou 30.798 doses da vacina contra influenza. No entanto, a cobertura vacinal do grupo prioritário – como crianças de seis meses a seis anos, idosos com 60 anos ou mais e gestantes – não chega a 30%.
O mesmo ocorre em Rio Grande, com pouco mais de 54 mil doses aplicadas, mas apenas 26% do grupo prioritário recebeu as doses.
Em São Lourenço do Sul, foram aplicadas até o momento 8.947 doses de vacina contra gripe, mas a cobertura vacinal dos grupos prioritários está em 34%, ainda de acordo com os dados do Ministério.
A vacinação contra a influenza foi liberada para toda a população a partir dos seis meses de idade, na última quinta-feira, pela Secretaria Estadual da Saúde (SES). Mesmo com a flexibilização, a recomendação segue para que as pessoas dos grupos prioritários procurem a imunização. A vacina evita hospitalizações, complicações decorrentes da doença e óbitos.
Em Pelotas, a vacina está disponível nas UBSs nos horários habituais de atendimento ou na Casa da Vacina, das 8h às 17h, de segundas a sextas-feiras, na rua Gonçalves Chaves, 437.
Gripe no RS
Até o momento, o Rio Grande do Sul registrou 37 mortes em decorrência da infecção pelo vírus influenza no ano. Destas, 25 foram entre idosos e duas entre crianças abaixo dos cinco anos de idade. Diante deste cenário, a Secretaria Estadual da Saúde já cogita decretar calamidade pública na saúde.
A campanha contra a gripe foi lançada no dia 7 de abril, com a meta de vacinar 90% do público-alvo. Segundo os dados do MS, 1,6 milhão pessoas já foram imunizadas contra a doença no Estado, com 30% do grupo prioritário alcançado.
O vírus da Influenza é transmissível entre as pessoas e está ativo no país durante o ano inteiro. Na região Sul, a ocorrência de gripe é maior no inverno, quando o clima é predominantemente frio e úmido.
A cobertura vacinal é considerada extremamente baixa pela SES em praticamente todo o Estado. A abertura da imunização para todos os públicos é uma estratégia para ampliar a proteção também daqueles que não procuram a vacina, mesmo sabendo da sua importância.
Porto Alegre em situação de emergência
O aumento de internações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) levou a Prefeitura de Porto Alegre a decretar situação de emergência em saúde pública na última sexta-feira. A medida tem validade de 90 dias e foi declarada considerando o risco de colapso na assistência em saúde na capital gaúcha.
A expectativa é que o acesso aos recursos, a partir do decreto, auxiliem na ampliação de leitos para a Operação Inverno, na compra de insumos e materiais e na contratação de serviços necessários ao atendimento emergencial.
A situação da capital é observada pelas coordenadorias de saúde da zona sul. Um possível aumento de internações por conta de síndromes respiratórias, que já é esperado nesta época do ano, poderia ter um cenário piorado frente às situações das Santas Casas da região.