A edição de maio da reunião-almoço Tá na Hora, promovida pela Associação Comercial de Pelotas (ACP), recebeu nesta quinta-feira (15) o diretor presidente do Tecon Rio Grande, Paulo Bertinetti, que palestrou sobre o papel do terminal como um hub do Cone Sul, fundamental para o desenvolvimento da região. Bertinetti também é presidente do Sintermar e da Câmara de Comércio de Rio Grande.
Bertinetti enfatizou a posição de destaque do Porto de Rio Grande na comparação com os outros portos do Brasil, Argentina e Uruguai. “Nós estamos melhor que todos em condições de receber grandes navios, temos calado e área de expansão”, disse.
Diferenciais competitivos
Entre os diferenciais do Tecon, ele apontou a capacidade de atender os três modais: hidroviário, rodoviário e ferroviário. A estrutura conta com 15 metros de calado, nove equipamentos de cais capazes de operar os maiores navios em navegação, 735 mil metros quadrados de área de terminal e 20 mil metros quadrados de área de armazenagem.
Bertinetti também explicou que, com o terminal do Polo Petroquímico de Triunfo, o Porto de Rio Grande consegue atender às demandas da região produtiva do norte do Rio Grande do Sul. “Temos uma localização estratégica com o Tecon Santa Clara, que é o nosso terminal na hidrovia dentro do Polo Petroquímico (em Triunfo), uma forma de, ao invés de brigarmos com Santa Catarina em termos logísticos, nós levamos o porto para dentro do estado”, afirmou.
Eficiência ambiental
O diretor presidente do Tecon também falou dos avanços do terminal do ponto de vista ambiental, com a redução certificada de 55% nas emissões de carbono, com meta de chegar a zero emissões em 2050. “Hoje é um tema moderno, inclusive exigido na nossa sociedade, que é a busca de descarbonização, soluções modernas para que a logística possa atender sem agredir o meio ambiente.”
Recuperação pós-enchentes
Paulo Bertinetti lembrou da eficiência da Portos RS nas ações de recuperação após a tragédia climática de maio de 2024, passando de um calado de 11,2 metros em junho para 12,8 metros – após dragagem emergencial em julho – e para 14,2 metros em outubro. “A resposta da Portos RS nos deu credibilidade junto ao mercado de armadores, e nós fazemos parte agora do mapa dos armadores. Quando eles olham como vão fazer na América, Rio Grande está lá”, comentou.
Potencial do distrito industrial
Para alavancar o potencial do Porto de Rio Grande e da economia da região, Bertinetti destacou a proximidade do porto com o distrito industrial. “Temos que ir na Ásia, na Alemanha, no Vietnã, em algum lugar no mundo, para atração de investimentos e trazer para o distrito industrial.”
Compra pela MSC
No começo da semana, a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) aprovou a transferência do controle acionário do Wilson Sons, que administra o Tecon, para uma subsidiária da MSC com a venda de 68,39% do capital social por R$ 4,35 bilhões.
Bertinetti afirmou que, com a compra, pode haver mudanças no conselho de administração e em cargos de chefia. “O resto não muda nada, vão continuar o estaleiro, terminais, tudo como está”, garantiu.
Integração para o desenvolvimento regional
Em sua fala, o presidente da ACP, Fabrício Cagol, salientou a importância da integração entre empresas e entidades de Pelotas e Rio Grande. “Temos que pensar não apenas nas nossas cidades, temos que pensar num desenvolvimento que seja único e regional”, disse.