Um ex-diretor da Penitenciária Estadual de Rio Grande (Perg), alvo de operação em 2023, foi condenado novamente. De acordo com o promotor Rogério Meirelles Caldas, coordenador do 10º Núcleo do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Rio Grande do Sul (Gaeco – Sul), o policial penal foi sentenciado em mais duas ações penais por crimes de corrupção ativa e passiva, praticados entre os anos de 2021 e 2023.
Neste período, ele recebeu valores de outros dois apenados da Perg para liberar a entrada de objetos ilícitos na casa prisional como, por exemplo, celulares e drogas, além de negociar benefícios com apenados em troca de pagamentos. As penas dele, de acordo com as duas decisões do juiz Ricardo Petry Andrade, somam 22 anos, seis meses e sete dias de prisão. Em abril, o ex-diretor já havia sido condenado a mais de 25 anos de reclusão.
Assim como no mês passado, o magistrado também determinou pagamento de multa e perda definitiva do cargo público, bem como a interdição para o exercício de função pública pelo dobro do tempo da condenação – reforçando a medida adotada na primeira condenação. Ainda em abril, foi determinada a perda de bens do condenado no valor de R$ 1,3 milhão. Ele permanece preso.
Apenados
Na ação de abril, dois apenados que pagavam valores para o policial penal permitir o ingresso de ilícitos na Perg também foram condenados com penas de 13 e 12 anos de prisão. Nestas novas ações penais, de maio, outros dois presidiários também foram condenados pelos mesmos delitos. As penas são de 12 anos, um mês e cinco dias de reclusão para um dos detentos e a outra de 10 anos, 10 meses e 19 dias de prisão. Em todos os casos, foi determinado ainda o pagamento de multas.
Operação Perg 2
As condenações são resultado das investigações da Operação Perg 2, realizada em julho de 2023 e coordenada pelo promotor Rogério Meirelles Caldas. O grupo era um braço de facção que dominava o comércio de botijões de gás em Rio Grande.
O ex-diretor da Perg tinha papel de extrema importância dentro da organização, com delitos praticados entre maio de 2021 e fevereiro de 2023. Neste período, ele recebeu mais de R$ 458 mil para permitir o ingresso de materiais ilícitos na penitenciária, e os apenados investigados lucraram quase R$ 4 milhões com o tráfico de drogas dentro do estabelecimento prisional.