Há 50 anos
Pelotas tem primeira Noite dos Pretos Velhos
Praticamente todos os terreiros de umbanda do município participaram, no ginásio do Esporte Clube Cruzeiro, onde foi realizada a primeira Noite dos Pretos Velhos, numa promoção da Comissão Organizadora de Festas Umbandistas, a qual buscava reavivando o aspecto festivo da umbanda. A data, o dia 13 de maio, dia em que foi promulgada a Lei Áurea, também é o dia dos Pretos Velhos, nas religiões de matriz africana.
A festa foi realizada para mostrar à comunidade o simbolismo da origem de toda religião, com seus ritos e crenças vindas do continente africano pelos negros escravizados. A data, o dia 13 de maio, dia em que foi promulgada a Lei Áurea, também é o dia dos Pretos Velhos, nas religiões de matriz africana.
Os integrantes da Comissão, Antônio Santos Basou Padilha, Raimundo Vieira da Cunha e Lídia Vieira Moraes, contaram que a primeira promoção, a procissão de Ogun (São Jorge) “obteve êxito consagrador”. O próximo evento seria a realização de um congresso gaúcho sobre a umbanda, em Pelotas.
“A receptividade que tivemos até agora de parte dos centros umbandistas nos deixa até surpresos, pois não esperávamos que nossos esforços pudessem redundar em sucesso tão expressivo”, comentou um dos organizadores.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 137 anos
Princesa Isabel assina a Lei Áurea
Em 13 de maio de 188, a herdeira da monarquia brasileira, princesa Isabel assinou a Lei Áurea devido à forte pressão do movimento abolicionista, que se organizava há anos, e à crescente influência de ideias progressistas que questionavam a manutenção da escravidão. A Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil, foi um ponto culminante dessa luta, marcando o fim de um sistema que havia durado séculos.
Pouco mais de um mês depois, o jornal Onze de Junho, de Pelotas, comentava o fato, lembrando que alguns descontentes, como o político João Maurício Wanderley, o Barão de Cotegipe, membro do partido Conservador, criticaram a lei e ainda pediam indenização por serem obrigados a obedecer a lei. “A lei de 13 de Maio, veio satisfazer as aspirações da nação; todos queríamos ver desaparecer de uma vez para sempre essa mancha que nos deixaram os nossos antepassados e que nos serviu de vergonha três séculos, perante o mundo civilizado.”
O jornal ainda cobrou que fossem divulgados o número de escravizados que foram libertos. “E o saldo que ainda possa existir e tirar-nos o quanto antes esse jugo, visto não haver mais escravos. Não sabemos até onde nos querem levar os nossos homens do governo”, escreveu o articulista.
No mesmo artigo, o Onze de Junho registrou o fracasso de uma festa programada para o dia 24 de junho, em Bagé, quando a igreja daria uma benção aos cidadãos negros. “Afinal os cidadãos protegidos com a lei de 13 de maio poderam levar a efeito a sua projetada festa, que teve lugar no dia 24 do passado”, registrou o diário.
De acordo com o programa da festividade era para ser celebrado o Te-Deum com a presença de uma orquestra, que prometeu não faltar. “Chegado porém o dia ninguém comparece, não podendo por este motivo ter lugar o Te-Deum…A igreja tinha ido, muito povo e guarda de honra, para afinal passar por essa decepção, devido a falta dos brancos que prometeram organizar a orquestra e faltaram no dia”, registrou o jornal. Por causa dessa falta, o povo em cortejo fez uma passeata pacífica pelas ruas da cidade e passando na frente das residências das autoridades do município, enquanto soltavam foguetes.
Fonte: jornal Onze de Junho/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense
Há 70 anos
A Alvorada lembra atuação de Luís Gama
O jornal A Alvorada lembrava em artigo sobre o 13 de maio de 1888 que nomes como Luiz Gama estavam sendo esquecidos da história. Ex-escravo, o advogado Luís Gonzaga Pinto da Gama, o Luís Gama (1830-1882), ajudou a libertar cerca de 500 pessoas graças a processos nos tribunais.
Fonte: jornal A Alvorada/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense