Com 9.802.155 toneladas movimentadas entre janeiro e março, o Porto de Rio Grande teve o seu melhor primeiro trimestre da história em 2025. A alta de 15,54%, quando comparada ao mesmo período do ano passado, impulsionou um crescimento de 12% na atividade portuária gaúcha no período.
O recorde foi estimulado por um crescimento de 900% na movimentação de milho – passando de 78.831 toneladas em 2024 para 784.169 toneladas –, o que tornou o produto o quarto maior ativo do complexo. Outras expressivas altas foram registradas no sulfato (336%), cloreto de potássio (100%), fosfato (67%), carnes (55%), soja em grão (22%) e celulose (16%).
Os maiores destaques permanecem com o trigo, celulose e farelo de soja, respectivamente. Apesar de uma movimentação maior que 1,5 milhão de toneladas, o primeiro foi um dos únicos produtos com variação negativa quando comparado ao primeiro trimestre de 2024, registrando queda de 28,37%.
Outro destaque está na movimentação de contêineres, que registrou um crescimento de cerca de 33%, chegando a 226.357 toneladas. Desse total, 84.961 toneladas foram importadas e outras 87.642 exportadas.
Fernando Estima, gerente de Planejamento e Desenvolvimento da Portos RS, atribui os resultados à força do agronegócio e às melhorias operacionais implantadas no complexo. “O principal destaque é a agricultura, que continua em crescimento, mas também a eficiência dos terminais, os investimentos feitos, a correta decisão de acelerar o processo de dragagem, restabelecendo calado, e sinalização náutica e o esforço dos trabalhadores portuários”, afirma Estima.
Importação
Entre os principais parceiros de importação do complexo rio-grandino está a China (490 t), Argentina (378 t) e Estados Unidos (122 t). Ao todo, foram 946.040 toneladas importadas pelo porto do Rio Grande.
Exportações
Uma das principais atividades do complexo rio-grandino, as exportações chegaram a 1.878.626 toneladas no primeiro trimestre. Os principais destinos dos produtos com saída de Rio Grande foram China (899 t), Vietnã (873 t), Arábia Saudita (474 t), Indonésia (435 t) e Coreia do Sul (277 t). Quarto maior parceiro do local em 2024 e segundo do Brasil, os Estados Unidos aparecem na sexta colocação com 245.402 toneladas movimentadas.
Segundo dados divulgados pelo Departamento de Economia e Estatística (DEE), as exportações do RS atingiram 4,7 bilhões de dólares entre janeiro e março, alta de 10,9% na comparação com o mesmo período de 2024. O volume exportado pelo Estado é o terceiro maior da série histórica iniciada em 1997. Entre os principais produtos despachados estão fumo não manufaturado (US$ 602,8 milhões), cereais (US$ 573,4 milhões), carne de frango (US$ 340,9 milhões), farelo de soja (US$ 271 milhões), celulose (US$ 267 milhões) e soja em grão (US$ 242,3 milhões).
Entre os produtos que mais impactaram a alta nas exportações gaúchas, a soja em grão se destacou com crescimento de 74,5%, equivalente a 103,5 milhões de dólares adicionais. Outros destaques foram cereais (alta de 19,4%) e celulose (18,4%).
Desempenho gaúcho
Apesar do desempenho geral positivo, os portos de Pelotas e Porto Alegre tiveram quedas históricas. O primeiro movimentou 277.466 toneladas no primeiro trimestre – queda de 7,53% –, o pior índice desde 2020, quando registrou 259.932 toneladas.
Em Porto Alegre a redução foi ainda mais expressiva, caindo de 258.289 toneladas em 2024 para apenas 48.448 toneladas neste ano. A variação negativa de 81,24% representou o pior desempenho do complexo nos últimos 10 anos.