Ações unem universidade e moradores na conservação do meio ambiente

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Ações unem universidade e moradores na conservação do meio ambiente

Mais de quatro toneladas de lixo já foram recolhidos nas atividades em São Lourenço do Sul

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Ações unem universidade e moradores na conservação do meio ambiente
Projeto "Mutirão e Remada ambiental", que teve início como uma ação da Acolhida Cidadã da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) de São Lourenço do Sul.

O projeto “Mutirão e Remada Ambiental”, que teve início como uma ação da Acolhida Cidadã da Universidade Federal do Rio Grande (Furg) de São Lourenço do Sul, já recolheu mais de quatro toneladas de lixo na orla da Laguna dos Patos e arroios da cidade. Consolidado como projeto de extensão da universidade em 2023, é coordenado pela professora Patrícia Lovatto desde 2022, com organização de diversas atividades de educação ambiental para chamar a atenção dos lourencianos aos problema do lixo na cidade.

Participam das ações estudantes dos cinco cursos da Furg, professores, técnicos e moradores. A professora Patrícia explica que o objetivo é promover o espaço de prática e reflexão, buscando aproximar a universidade e a comunidade. Além disso, o projeto ajuda na destinação correta do lixo, que impacta, entre outros pontos, na pesca artesanal e no turismo, fontes importantes de renda na cidade.

Agentes da transformação

Nos dez mutirões de limpeza na orla de São Lourenço do Sul, entre 2022 e 2025, a participação expressiva da comunidade fortaleceu a transformação da iniciativa em projeto de extensão.
Entre os resultados destacados pela professora Patrícia é o ingresso de do lourenciano, Luiz Carlos da Cruz, no curso de Gestão Ambiental da Furg, após tornar-se membro assíduo dos mutirões. “Isso é muito significativo pois reforça o papel da Universidade com a conservação da Natureza e fortalecimento das comunidades locais da Laguna dos Patos”, afirma.

Além dele, moradores que têm a água como parte das suas histórias participam das ações de educação ambiental promovidas pelo grupo, como forma de reconectar-se com o passado e garantir o futuro das próximas gerações. É o caso da merendeira e filha de pescadores, Marilete Freitas, que se lembra do pai enquanto ajuda no recolhimento do lixo. “Quando entrei na água, lembrei de várias coisas que fazíamos naquele lugar quando criança. Meu pai nos deixou muitos ensinamentos, como o respeito pela água e pelo tempo”, relembra Marilete.

Patrícia fala sobre o potencial que os moradores e estudantes têm de multiplicar o que é aprendido nos mutirões e como acabam inserindo esses aprendizados no dia a dia. Segundo ela, a sensação de transformar a paisagem e de possibilitar renda com a destinação correta daquilo que foi descartado na natureza é uma vivência que possibilita fazer de cada participante um incentivador do cuidado com o meio ambiente.

Quatro toneladas de lixo

Entre tudo o que foi recolhido, até o momento, nos mutirões e na remada ambiental, o plástico é o que mais se destaca nos arroios e na orla de São Lourenço do Sul. As sacolas plásticas são as campeãs, e se misturam na paisagem e formam um cenário desolador. Além do plástico, bitucas de cigarro, lacres de refrigerante e resíduos da atividade pesqueira, como isopor, restos de redes e anzóis representam alto risco de morte para a fauna local.

Os animais podem morrer ao ingerir os resíduos, serem aprisionados ou sufocados por eles, ou ainda, sofrerem por obstrução do tubo digestivo e intoxicação.
O plástico fragmentado permanece na natureza como microplásticos, contaminando toda a cadeia alimentar e chegando aos corpos humanos através do ar, da água e do consumo de alimentos.

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