Brasil celebra pela primeira vez a classe operária, no 1º de maio

Opinião

Ana Cláudia Dias

Ana Cláudia Dias

Coluna Memórias

Brasil celebra pela primeira vez a classe operária, no 1º de maio

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Há 100 anos

Brasil celebra pela primeira vez a classe operária, no 1º de maio

A imprensa local evidenciava o 1º de maio, como um dia dedicado a homenagear o trabalhador. No Brasil, a data foi celebrada pela primeira vez em 1925, a partir do decreto 4859, de 24 de setembro de 1924, assinado pelo então presidente, Artur Bernardes (1922-1926). A sanção seguiu resolução legislativa instituindo feriado nacional na data.

“A Opinião Pública, que tem pelo proletariado uma vida simpatia não podem deixar passar o dia 1º de maio sem saudar, com sinceridade essas cortes de trabalhadores, cuja ação útil se faz sentir em toda a vida da Nação Brasileira”, registrou na capa o diário pelotense. A data, conhecida como Dia Internacional dos Trabalhadores, celebrada em diferentes países e remonta o movimento grevista puxado por trabalhadores estadunidenses em Chicago no final do século 19.

As jornadas extenuantes de 12 horas de trabalho e a falta de direitos estimularam operários da cidade de Chicago, nos Estados Unidos, a organizarem uma greve, em 1º de maio de 1886. Estima-se que a greve geral mobilizou 340 mil trabalhadores por todo o país.

Porém desde o início a paralisação foi marcada por violência e incidentes. No dia 3 de maio, alguns foram mortos por policiais e no dia 4, quando a praça Haymarket, em Chicago, para protestar. O que era pra ser pacífico, terminou com quatro mortes, dezenas de feridos e cerca de 100 manifestantes presos.

Visita de Vargas

Coincidentemente, no dia 1º de maio de 1925 chegava a Pelotas a bordo do navio Alvim, o deputado federal pelo Rio Grande do Sul, Getúlio Vargas, representando o Partido Republicano Rio-grandense. Acompanhado pela família, Vargas tinha saído de Porto Alegre e ia em direção ao Rio de Janeiro.

Sua rápida passagem pelo município movimentou correligionários e amigos, que foram a bordo para cumprimentar o deputado. Posteriormente, a data foi incorporada por Getúlio Vargas, durante sua presidência, a partir de 1930. Com uma política trabalhista, no governo do gaúcho foram concedidos benefícios à classe trabalhadora.

Para saber:

Desde 1955 a Igreja Católica celebra nesta data o dia de São José Operário.

Fontes: A Opinião Pública/Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; site Brasil Escola e wikipedia.org

Há 50 anos

Poucos eventos marcam o Dia do Trabalhador em Pelotas e Rio Grande

Em maio de 1975, em pleno período ditatorial do Regime Militar, o Dia do Trabalhador foi de pouca comemoração nas comunidades de Pelotas e Rio Grande. Uma missa celebrada pelo bispo diocesano dom Frederico Didonet, na catedral de São Pedro, foi a única celebração oficial do 1º de maio no município vizinho. Na noite anterior, a juíza do Trabalho, doutora Zuraide Iuaquim Leite, proferiu conferência no auditório da Universidade riograndina, abordando o tema Direito Previdenciário, dentro da Semana Sindical.

Só no 4º Distrito

Em Pelotas apenas a Associação dos Trabalhadores do 4º Distrito, no Capão do Leão. O Dia do Trabalho por lá começou com alvorada festiva, às 6h. Duas horas depois, houve hasteamento da bandeira nacional e às 10h aconteceu a posse da nova diretoria da entidade.

A programação ainda contou com romaria ao túmulo dos ex-sócios desta Associação e competições atléticas. Às 14h começou o torneio 1º de Maio, que prosseguiu até as 22h, e a quermesse no Parque Esportivo. À tardinha teve baile na sede social. Às 21h estava marcada a partida de futebol de salão entre Grêmio Esportivo Brasil e a Seleção Leonense.

Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense

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