Ministério Público denuncia Cauê Fuhro Souto por falsidade ideológica

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Ministério Público denuncia Cauê Fuhro Souto por falsidade ideológica

Vereador é investigado após indicar emenda de R$ 625 mil para associação do próprio irmão

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Atualizado segunda-feira,
28 de Abril de 2025 às 19:09

Ministério Público denuncia Cauê Fuhro Souto por falsidade ideológica
Vereador também é alvo de processo na Comissão de Ética da Câmara (foto: Jô Folha)

O Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) denunciou o vereador Cauê Fuhro Souto (PV) por falsidade ideológica dentro do inquérito que investiga a destinação de emendas parlamentares. A investigação foi aberta após a reportagem do A Hora do Sul revelar em janeiro que Cauê destinou uma emenda de R$ 625 mil para uma associação em que o próprio irmão consta como presidente.

Na denúncia, o promotor de Justiça José Alexandre Zachia Alan, que conduz o inquérito, argumenta que Cauê inseriu “declaração falsa a alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante” ao colocar que a emenda seria destinada à Associação Amigos de Pelotas, quando na verdade o CNPJ se refere à Associação Brasil em Dança. Ele destaca que a entidade foi “fundada por pessoas da sua família”.

As emendas seriam destinadas a reformas no Instituto Lar de Jesus e nos banheiros da praça Coronel Pedro Osório e do Mercado Público. A Associação Brasil em Dança tem registro para ensino de esportes, ensino de dança, produção de espetáculos de dança, ensino de artes cênicas, educação profissional de nível técnico e produção de espetáculos circenses.

Zachia Alan pontua que a Associação Brasil em Dança foi fundada pela mãe de Cauê, que “jamais teve funcionamento efetivo” e que o vereador tentou ocultar seu envolvimento com a entidade.

Na denúncia, o promotor revela que o vereador pediu que o irmão Ismael Fuhro Souto renunciasse a presidência da Brasil em Dança e em seguida reuniu pessoas para alterar a composição da entidade no Cartório de Registro Civil. Segundo o inquérito, os novos sócios da associação seriam de dois grupos: um de aliados políticos e outro composto por empregados de um empresário da construção civil.

Além da investigação envolvendo a emenda de R$ 625 mil para a Brasil em Dança, o Ministério Público também apura outras três emendas, duas para a associação de pessoas próximas do vereador e outra para a escola de dança do próprio pai. As três emendas ultrapassam os R$ 180 mil.

Além do inquérito no MPRS, Cauê Fuhro Souto também enfrenta um processo na Comissão de Ética da Câmara de Vereadores sobre a emenda de R$ 625 mil. Ele sempre negou haver quaisquer irregularidades. A defesa do vereador foi procurada para comentar a denúncia, mas não respondeu até a publicação da matéria.

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