A Outroporto formou a primeira turma do projeto Doceria-Escola. A qualificação, voltada prioritariamente a pessoas de baixa renda, mulheres negras, pessoas transexuais e travestis, iniciará sua segunda turma a partir de 27 de maio. Além da produção de doces, os participantes tiveram a oportunidade de conhecer a história da doceria pelotense, além de participar de encontros sobre empreendedorismo e profissionalização.
Integrante da primeira turma, Gleni Lourenson buscou a qualificação para aumentar sua renda. Já com alguma experiência em doces à base de leite, como ambrosia e doce de leite, Gleni agora amplia seu repertório na cozinha. “Os doces que mais gostei de aprender foram o bem-casado, o merengue suíço e os fios de ovos”, relata.
Em busca de uma oportunidade, Rosilda Kissel avalia a formação como extremamente importante para qualificar pessoas que estão fora do mercado de trabalho. Atualmente testando as receitas com a família, Rosilda espera que surja alguma chance de seguir na área. “O curso é nota mil. E como amo aprender, me inscrevi para participar”, conta.
Com quatro turmas previstas entre os meses de abril e outubro, o projeto Doceria-Escola da Outroporto recebeu mais de 400 inscrições para as 60 vagas disponíveis. “O interesse gerado comprova a importância deste projeto para transformar realidades”, avalia a gerente de projetos da Outroporto, Alessandra Ferreira.
Aulas
A qualificação, que conta com o apoio do Senac e patrocínio da CMPC, por meio da Lei Rouanet, ofereceu dois encontros sobre a história do doce, incluindo uma visita ao Museu do Doce; dez aulas práticas de confecção de doces (com receitas, modelagem, montagem e preparo), uso de equipamentos e utensílios básicos, além de um encontro voltado ao empreendedorismo e à formalização de negócios.
Serão quatro turmas com 15 vagas cada. A próxima turma tem início previsto para 27 de maio. As demais ocorrerão nos meses de julho, agosto e outubro. A parte teórica será ministrada na sede da Outroporto, enquanto as aulas práticas acontecerão na cozinha do Senac, parceiro da iniciativa desde o ano passado. Além da gratuidade do curso, os selecionados recebem lanche, vale-transporte, material didático e certificado.
As experiências na cozinha foram conduzidas pelos professores André Eduardo Fonseca e Raquel Marasca. Já a aula sobre empreendedorismo e profissionalização, oferecida pelo Sebrae, foi ministrada pela professora Milena Bierhals.
Novas possibilidades
A primeira turma iniciou as aulas em 2 de abril. Segundo Alessandra, a qualificação totalmente gratuita ofertada pela Doceria-Escola da Outroporto tem potencial para transformar vidas e difundir a história e a tradição doceira entre diferentes públicos. “Sabemos que cursos como este, oferecidos a partir da expertise do Senac, na maioria das vezes, são inacessíveis para uma boa parcela da população”, afirma.
Outro ponto destacado por Alessandra é a contribuição para a mudança de realidades sociais e econômicas. “Além do conhecimento, oferecemos também autoestima a esse grupo de pessoas. É a cultura cumprindo plenamente seu papel transformador”, completa.
A realização é da Outroporto e do Ministério da Cultura.