Dentro de 15 dias, cardeais de todo o mundo estarão reunidos na Capela Sistina, no Vaticano, para eleger o novo papa, representante máximo da Igreja Católica. Podem participar até 120 cardeais com menos de 80 anos, que votam secretamente até que algum dos candidatos atinja dois terços dos votos.
Conforme explica o Arcebispo Metropolitano da Arquidiocese de Pelotas, Dom Jacinto Bergmann, após o velório e a cerimônia de encomendação do corpo do papa Francisco, o Colégio dos Cardeais se reunirá em Roma para a realização das reuniões chamadas de congregações.
“Após, começa o conclave para escolha do sucessor de Pedro. Estes passos, o Vaticano publicará paulatinamente através de seus órgãos de comunicação”, explica.
Geralmente, o primeiro dia de conclave tem apenas uma votação. Na sequência, acontecem duas votações matutinas e duas vespertinas na Capela Sistina.
Duas vezes ao dia, uma depois de cada rodada, as cédulas são queimadas até que seja divulgada a famosa fumaça branca na chaminé da capela, responsável por informar que o papa foi escolhido.
Não existe um tempo fixo para o conclave, pois a reunião só é encerrada quando um novo papa é eleito — ou seja, quando um dos cardeais atinge os dois terços dos votos. Não há um tempo fixo, mas algumas regras e práticas ajudam a acelerar o processo.
Após 15 dias da morte ou renúncia do papa, o conclave deve começar (pode começar antes, se todos os cardeais estiverem presentes). São feitas até quatro votações por dia (duas de manhã e duas à tarde). Após o término de cada votação, as cédulas são queimadas
Se em até 34 votações ninguém for eleito, os cardeais podem decidir, por maioria simples, mudar o critério de eleição — por exemplo, passar a exigir apenas maioria absoluta. O conclave de 2013, que elegeu o papa Francisco, durou dois dias e contou com cinco votações.
Curiosidades
A palavra conclave vem do latim cum clave, que significa “com chave”. Os cardeais participantes ficam literalmente trancados na Capela Sistina até que tomem uma decisão. Os participantes também fazem voto de silêncio, e se comprometem em não revelar nada sobre o que acontece durante o conclave, nem durante, nem depois.
Representantes brasileiros
O Brasil pode ter até sete cardeais com direito a voto:
Dom Odilo Pedro Scherer – Arcebispo de São Paulo; Dom Orani João Tempesta – Arcebispo do Rio de Janeiro; Dom Sérgio da Rocha – Arcebispo de Salvador; Dom Leonardo Ulrich Steiner – Arcebispo de Manaus; Dom Paulo Cezar Costa – Arcebispo de Brasília; Dom João Braz de Aviz – Prefeito emérito do Dicastério para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica e Dom Jaime Spengler – Arcebispo de Porto Alegre e presidente da CNBB.
O oitavo cardeal brasileiro, Dom Raymundo Damasceno Assis – Arcebispo emérito de Aparecida, por ter mais de 80 anos, não poderá participar.