Caminho para avançar

Editorial

Caminho para avançar

Caminho para avançar
Pelotas tem 32% da população morando em ruas sem pavimentação. (Foto: Jô Folha)

A reportagem da edição de fim de semana, que expõe os dados do Censo de 2022 do IBGE, que aponta que Pelotas tem 32% da população vivendo em ruas sem pavimentação, serve de indicador para futuras políticas públicas do município. Mais do que o conforto que uma via qualificada traz, é questão de saúde e dignidade.

Viver em meio a poeira e buracos faz mal em diversas frentes. Pelotas tem muito a avançar nesse sentido, embora haja uma significativa melhora se comparar as últimas décadas. Mas, mais do que asfaltar, é preciso criar sistemas que associem a pavimentação à mobilidade urbana decente, a sistemas de esgotamento pluvial e, principalmente, vias que não fiquem destruídas na primeira chuva.

Uma vantagem que o município traz em relação às médias estadual e nacional é que por aqui já há mais ciclovias e ciclofaixas. Mas a atual gestão municipal – acertadamente – indica que percebe a importância de que não haja apenas o caminho para a bicicleta, mas todo um contexto que conecte esses espaços e traga segurança no convívio com os veículos. A ver como serão as obras tocadas por este governo, mas o prognóstico é positivo.

Já no que tange o esgoto, o problema é mais significativo. Pelotas tem dificuldades financeiras, como quase todos os municípios, e corre contra o relógio para atender as demandas do Marco Legal do Saneamento.

Tais exigências farão o município ter um salto em qualidade de saúde, o que é urgente. Rua com valeta aberta é rua com mosquito, com risco de infecção e contaminações. Os anúncios recentes do Sanep mostram um movimento para resolver isso, mas é um trabalho quase hercúleo dentro do prazo dado.

Em meio a tudo isso, porém, é preciso pensar em um outro ponto: escoamento. Uma cidade que alagou tanto como nos últimos tempos precisa asfaltar com ideia de como fará para a água encontrar seu fluxo.

São diversos desafios, mas o Censo indica o caminho e a realidade dos últimos anos expõe as principais demandas. Pelotas precisa de suporte de outros níveis de poder para avançar nisso, mas saber para onde vai já é um bom indicativo.

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