Pesquisa realizada pelo Sebrae em pequenos negócios aponta que dentre as principais dificuldades do primeiro período de 2025 estão relacionadas ao planejamento do negócio, que lidera com 66% das menções, seguido pelo controle financeiro (28%), falta de mão de obra qualificada (27%) e a busca por recursos financeiros (26%).
A pesquisa também trouxe um panorama sobre o desempenho dos negócios no período. Para 42% dos entrevistados, o faturamento permaneceu estável, enquanto 22% registraram crescimento. No entanto, 36% dos empreendedores relataram queda no faturamento, sendo que, entre esses, 76% indicaram reduções de até 50%.
No que diz respeito à geração de empregos, os números se mostraram relativamente estáveis: 65% dos empresários mantiveram o número de colaboradores, 22% reduziram a ocupação e 13% aumentaram seu quadro de funcionários.
Outro ponto relevante da pesquisa foi o controle de custos. Enquanto 44% dos empresários afirmaram acompanhar detalhadamente os impactos financeiros dos custos em seus negócios, 38% disseram ter apenas uma noção geral, sem um controle rigoroso. Ainda, 18% admitiram não controlar seus custos operacionais.
A busca por financiamento também foi analisada. No último bimestre, 25% dos entrevistados procuraram crédito, obtendo em média R$ 106,8 mil por empresa. Os principais motivos para essa busca foram o pagamento de dívidas, aquisição de máquinas e equipamentos, reformas estruturais e compra de estoque ou matéria-prima.
Entre os que não buscaram financiamento, 36% afirmaram que não precisaram e 22% utilizaram recursos próprios.
Otimismo dos empresários
Apesar dos desafios, o otimismo ainda prevalece entre os empreendedores gaúchos. A pesquisa revelou que 62% estão confiantes na melhoria do seu setor de atuação, enquanto 48% acreditam na recuperação da economia. Além disso, metade dos empresários planeja expandir suas atividades nos próximos dois meses, enquanto 43% pretendem manter a operação atual.
Na avaliação do gerente da regional Sul do Sebrae RS, Ciro Vives, a pesquisa de monitoramento dos pequenos negócios apresenta sensível melhora na percepção de otimismo dos empreendedores.
“Isso fica evidente pelos dados que mostram o maior percentual de estabilidade em seu faturamento, comparando-se há dois anos atrás, bem como um maior índice de ocupação em relação ao mesmo período”, diz.
Na avaliação de Vives, a procura por capacitação nos pilares de planejamento e controle financeiro denota a preocupação destes empreendedores em estar cada vez melhor preparados para enfrentar potenciais momentos de crise, sejam elas econômicas, políticas, sanitárias, ou como agora, ambientais, que tendem a ser verificadas em espaços de tempo cada vez mais curtos.
Além disso, de acordo com Vives, a região sul enfrenta momentos de crise em períodos mais curtos, em função das secas e da recente enchente. “De forma geral, as três maiores necessidades dos empreendedores de Pelotas e da região são melhorar seus conhecimentos em finanças, melhorar sua gestão de vendas e acesso ao mercado, e operar com estratégias de marketing voltadas a impulsionar e acelerar seus negócios”, avalia.
O levantamento foi realizado entre 5 e 23 de março com 373 clientes do Sebrae RS atendidos nos meses de janeiro a fevereiro de 2025. O nível de confiança da pesquisa é de 95% e a margem de erro é de 5%.