Pelotas deve ter quebra de 12% na safra de soja

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Pelotas deve ter quebra de 12% na safra de soja

Período de seca registrado em janeiro e fevereiro afetou a produtividade do grão

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Pelotas deve ter quebra de 12% na safra de soja
Com 28.372 hectares plantados, cerca de 35% das lavouras já foram colhidas. (Foto: divulgação)

Pelotas deverá registrar uma quebra de 12% na safra de soja 2024/2025, segundo dados da Emater/RS-Ascar. A queda na produtividade é consequência da seca enfrentada pelo município nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, justamente durante o período de enchimento dos grãos. Com 28.372 hectares plantados, cerca de 35% das lavouras já foram colhidas.

De acordo com o engenheiro-agrônomo e extensionista da Emater Pelotas, Luciano Ossanes, a estimativa inicial da safra era de 3,4 mil quilos por hectare. No entanto, devido à seca, a projeção foi reduzida para 3 mil quilos por hectare. Atualmente, o que mais tem preocupado os produtores é o excesso de chuvas.

“Temos previsão de uma janela sem chuva nos próximos 10 dias, o que deve ser aproveitado pelos produtores para intensificar a colheita”, informa Ossanes. Mesmo com a expectativa de redução, a estimativa de 85.115 toneladas é positiva se comparada à safra de 2023/2024, quando foram colhidas aproximadamente 60 mil toneladas.

Com a distribuição irregular das precipitações, algumas propriedades registram quebras maiores do que outras. É o caso de regiões de Pelotas mais próximas aos municípios de São Lourenço do Sul e Canguçu. Apesar dos prejuízos causados pela seca no início do ano, o cenário local ainda é melhor do que o estadual, que projeta redução de até 30% em relação à expectativa inicial.

Em função das enchentes enfrentadas em maio de 2024, os produtores do município tiveram dificuldades para plantar na melhor época, considerada o início de novembro. “Na média, a produtividade está boa. Entretanto, as primeiras plantações têm apresentado desempenho superior às mais tardias”, avalia Ossanes.

Em algumas localidades, cenário positivo

Apesar da estimativa de redução, o produtor Mário Casali comemora a safra 2024/2025. “Com certeza será a maior safra desde que chegamos a Pelotas, há cinco anos”, celebra. Com 90 hectares destinados ao cultivo de soja, a estiagem atrapalhou o final do ciclo da última lavoura plantada.

“Também tivemos perdas na última semana de chuvas, durante a colheita”, comenta. A estimativa de Casali é colher 65 sacas por hectare. Houve um incremento de 15% na área plantada.

Cenário estadual

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção de soja no Rio Grande do Sul para a safra 2024/2025 será de aproximadamente 14,6 milhões de toneladas, representando uma redução de 25,7% em relação à safra anterior. A área plantada com soja no Estado é estimada em 6,84 milhões de hectares, um aumento de 1,1% em comparação com a safra anterior.

Preço

As perdas na safra de soja têm implicações econômicas significativas. Além da redução na produção, os preços da soja estão em queda em comparação aos anos anteriores, afetando a rentabilidade dos produtores. Na semana passada, a saca foi negociada a cerca de R$ 126,95, segundo a Emater.

Conforme Ossanes, o valor de comercialização da soja tem sido uma das principais preocupações. “Para quem já vendeu a saca por R$ 200,00, comercializar por menos de R$ 130,00 é preocupante, pois reduz bastante a margem de lucro”, avalia.

Na última semana, os preços da soja apresentaram pequenas variações na região. A saca de 60 kg foi negociada pelos produtores aos seguintes valores:

– Rio Grande: R$ 141,00

– Jaguarão: R$ 126,00

-Santa Vitória do Palmar: R$ 136,00

– Pelotas: R$ 132,00

– Piratini: R$ 132,50

– São Lourenço do Sul: R$ 131,00

– Canguçu: R$ 130,50

– Santana da Boa Vista: R$ 129,00

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