Mais 34 blocos da Bacia de Pelotas estarão disponíveis em leilão para a exploração de gás e óleo por empresas petrolíferas. As áreas em oferta correspondem a 22 mil metros quadrados e estão localizadas no litoral da região Sul do Estado. A oferta pública realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) está marcada para o dia 17 de junho.
Os blocos foram incluídos no 5º Ciclo da Oferta Permanente de Concessão (OPC), pois receberam manifestação prévia e garantia de interesse de exploração pelas petroleiras. Junto a Bacia de Pelotas também serão ofertados outros 15 setores, em quatro bacias sedimentares (Foz do Amazonas, Bacia de Santos, de Potiguar e Parecis) sendo três marítimas e uma terrestre.
Até o dia 12 de maio, as 31 empresas inscritas e aptas a fazerem ofertas no 5º Ciclo podem apresentar declarações de interesse acompanhadas de garantias de oferta adicionais. Em nota, a ANP destaca que as bacias de Santos e de Pelotas foram as únicas que mantiveram o interesse da indústria exploratória por dois ciclos consecutivos de ofertas.
Em dezembro de 2023, 44 blocos da Bacia de Pelotas foram arrematados, com um bônus de R$ 298,7 milhões sendo pago à União na assinatura de contrato e uma perspectiva de ao menos R$ 1,5 bilhão em investimentos pelas empresas exploratórias vencedoras, que incluem a Chevron, o consórcio Petrobras/Shell/Cnooc e consórcio Petrobras/Shell.
No começo de 2025, foram iniciadas pesquisas sísmicas em 3D pela empresa norueguesa Shearwater Geoservices em uma extensão de dez mil quilômetros quadrados na Bacia de Pelotas para mapear os pontos com maior potencial de jazidas de petróleo. Outras nove empresas aguardavam autorização do Ibama para realizar o mesmo levantamento.
Sete anos de exploração
Caso os 34 blocos da Bacia de Pelotas sejam arrematados no leilão do dia 17 de junho, somados as porções já concedidas, serão 78 áreas disponíveis para a prospecção de petróleo. Conforme o edital da ANP, os contratos de exploração e produção de petróleo e gás natural serão divididos em duas fases.
A primeira é a fase de exploração, na qual as empresas realizam estudos e atividades, como pesquisas sísmicas e perfuração de poços para identificar a presença ou não de petróleo, ou gás. Caso a existência de hidrocarbonetos seja verificada, as petroleiras avaliam se as descobertas têm potencial para comercialização.
Ao final da fase de exploração, a empresa decide se irá devolver o bloco à ANP ou se irá apresentar uma declaração de comercialidade e reter uma área de desenvolvimento para produção. No caso dos blocos da Bacia de Pelotas, a fase de exploração terá duração de sete anos. Já a duração da fase de produção prevista é de 27 anos, contando da declaração de comercialidade.
Bacias equivalentes
A Bacia de Pelotas tem sido objeto de estudos esporádicos pelo menos desde a década de 1950. No entanto, a possibilidade de existência de reservas de petróleo começou a ser considerada concreta após a descoberta de grandes jazidas na Namíbia.
Como a formação geológica do sul da costa brasileira é semelhante à do litoral africano, ambas originadas no período do supercontinente Pangeia, o petróleo encontrado na África pode também estar presente em águas gaúchas.