A viúva Pitorra estreia no Teatro Simões Lopes Neto

Espetáculo

A viúva Pitorra estreia no Teatro Simões Lopes Neto

Comédia dramática adaptada pelo escritor Valter Sobreiro Junior tem apresentações quarta-feira (16) e quinta-feira (17), no novo espaço do Multipalco Eva Sopher

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A viúva Pitorra estreia no Teatro Simões Lopes Neto
Sobreiro dirigiu o musical no início da década de 1990 (foto: Luísa Bohm)

Estreia em Porto Alegre a comédia dramática A viúva Pitorra, texto homônimo do escritor, dramaturgo e jornalista Simões Lopes Neto, na montagem do grupo pelotense Entremez de Teatro. O espetáculo foi criado especialmente para a programação que inaugura o Teatro Simões Lopes Neto, do Complexo Multipalco Eva Sopher, ao lado do Theatro São Pedro – fundação vinculada à Secretaria de Estado da Cultura (Sedac). A peça será encenada quarta (16) e quinta-feira (17), às 20h, pela rua Riachuelo, 1.089, Centro Histórico da capital.

A viúva Pitorra traz de volta ao teatro o diretor e dramaturgo Valter Sobreiro Jr, rio-grandino radicado em Pelotas, depois de quase 15 anos fora das artes cênicas. Sobreiro aceitou o desafio, incentivado pelo convite de seu amigo, o jornalista e escritor Antônio Hohlfeldt, diretor do Theatro São Pedro. “Eu não estava programado para isso. Mas aí eu resolvi reativar meu grupo que se chama Entremez. Foi uma trabalheira, mas botei tudo em dia”, conta.

Essa não é a primeira vez que Sobreiro monta A viúva Pitorra. Em 1990, o dramaturgo dirigiu uma leitura dramática do espetáculo, em Pelotas, durante uma festival de teatro. A experiência foi tão bem-sucedida que ele resolveu montar o texto em formato de musical. Esse espetáculo excursionou pelo Rio Grande do Sul com grande sucesso entre 1991 e 1992, mas daquela vez não foi apresentado em Porto Alegre. O que vai ocorrer agora.

Sobreiro confessa que o fato de conhecer o texto e de ser uma montagem com apenas cinco atores, também o animaram a retomar o trabalho de direção de teatro. “Eu não tenho mais a energia que tinha antes, ainda bem que é um espetáculo pequeno, mais simples de montar e de viajar com ele”, diz. 

E quando perguntado se a experiência tem sido boa, ele diz que sim, mesmo com toda a correria e estresse que é montar um espetáculo. “É muito interessante voltar a dirigir, eu gosto, mas não tenho mais energia de antes”, confessa. 

Homenagem à pianista

Refazer o espetáculo quando se celebra os 160 anos de nascimento de Simões Lopes Neto, também traz ao diretor uma alegria ainda mais motivadora para essa retomada. Outra motivação é que esta foi a primeira peça escrita somente por Simões, sem a participação de nenhuma parceria. 

Mas Sobreiro diz que escolheu essa peça motivado, principalmente, pelo desafio de resgatar da trilha sonora. “quando eu fiz a peça, ela viajou por várias cidades, para esse espetáculo eu fiz um acompanhamento musical que foi gravado na época pela Marisa Hallal dos Santos, uma pianista extraordinária. Ela fez uma gravação toda em piano”, conta.

A fita com a gravação da trilha interpretada por Marisa ao piano foi perdida. Fato que Sobreiro lamentou muito. Há poucos anos ele redescobriu uma cópia desta fita K7. “Essa fita foi remasterizada, está maravilhosa. O Leonardo Oxley (músico e maestro) fez uma partitura digital suave para acompanhar o piano e ele brilha. É muito lindo. Esse é o grande motivo. Muitos anos depois dela falecer, ela brilha ao piano. É uma homenagem à Marisa”, conta o diretor.

Fatos reais

A peça teatral tem elenco formado por Sandra Viégas, Luís Amaral, Luís Figueiredo, Roberta Pires e Germano Rusch, e conta com figurinos inéditos assinados por João Bachilli. No palco, eles encenam uma história inspirada em fatos reais. Com a desordem social provocada pela sangrenta Revolução Federalista (1893-1895), muitos combatentes desapareceram e, passado algum tempo, foram declarados oficialmente mortos.

Flaubiana Pitorra que, com o desaparecimento do marido na guerra, após os editais de praxe, torna-se legalmente viúva. Tempos depois de casada novamente, e, tempos depois, com a morte de Anacleto Pitorra, enfrenta novamente os percalços da viuvez. A comédia dramática conduz a plateia por essa série de encontros, desencontros e reencontros que são explorados com muito bom humor e vigor na dramaturgia de Simões.

 Ingressos

Os ingressos para o espetáculo custam entre R$ 15 (meia-entrada) e R$ 60 (inteiro) e estão à venda no site www.theatrosaopedro.com.br ou, nos dias das apresentações, a partir das 18h, na bilheteria do Multipalco Eva Sopher (entrada pela Rua Riachuelo, 1089, ao lado do estacionamento).

 

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