A edição do South Summit Brasil deste ano acontece entre os dias 9 e 11 de abril em Porto Alegre. O evento, que reúne empreendedores, líderes de mercado e investidores, é parte importante do calendário de diversas empresas e startups da região. A Zona Sul marca presença com a TerraMares entre as 50 selecionadas na Startup Competition e Pelotas vai com o projeto Orquestrando Sonhos na abertura do RS Innovation Stage.
O evento ocorre desde 2022 em Porto Alegre e na edição de 2024 reuniu mais de 800 palestrantes nacionais e internacionais. A Startup Competition é um dos pontos altos e nela os competidores recebem tutoria e formação para ao final apresentarem uma solução ao vivo no palco para investidores e empresas interessadas. Neste ano foram mais de duas mil inscritas representando 79 países. Dessas, 50 foram selecionadas, entre elas a startup rio-grandina TerraMares.
Região em destaque
A empresa de biotecnologia nasceu em 2019 com a missão de minimizar impactos ambientais. Eles trabalham com o desenvolvimento de produtos e processos à base de microalgas da biodiversidade brasileira e Amazônica. Para Victor Brian, CEO da TerraMares, a seleção para a competição é o reconhecimento do trabalho da empresa e da importância das tecnologias baseadas em algas para o futuro da sustentabilidade.
Na competição, o foco da Startup é apresentar os bioprodutos, destacando como essas soluções podem transformar tanto a agricultura quanto a sustentabilidade urbana e industrial. “Queremos mostrar como a tecnologia da TerraMares pode gerar impacto positivo para diversos setores”, afirma.
Beatriz Gioielli é a Local Leader do evento responsável pela região de Pelotas. Ela ressalta o avanço da participação das startups da região neste ano. “Conseguimos inscrever aproximadamente 30 startups da região Sul na competição, o que é um número significativo e representa um avanço em comparação com as edições anteriores”.
A Local Leader explica que a região apresentou representantes de diversos segmentos como agro, biotecnologia, saúde e soluções voltadas para micro e pequenas empresas. Além disso, ela destaca o avanço do ecossistema local nos últimos anos, principalmente com a colaboração entre Candy Valley, Pelotas Parque Tecnológico, CoPlace Coworking e outros parceiros. Apesar disso, ainda enfrentam desafios em aspectos como apresentações de pitch em inglês e na preparação de documentação para investimentos.
Programa Local Leaders
A iniciativa do próprio evento surgiu como uma resposta estratégica às enchentes que afetaram drasticamente o Rio Grande do Sul. O programa busca conectar as startups do interior do estado ao ecossistema global de inovação, dando acesso a oportunidades internacionais.
O Estado foi dividido em oito regiões estratégicas, com base no Programa Inova RS, da Secretaria de Inovação, Ciência e Tecnologia (SICT), onde cada região conta com um representante local. “Eu fiquei extremamente honrada em poder representar toda a nossa região Sul, principalmente as cidades de Pelotas e Rio Grande”, afirma Beatriz. A atuação do Local Leader envolve desde o mapeamento das startups com maior potencial, orientação durante o processo de inscrição, até a articulação com instituições parceiras para fortalecer o ecossistema local.
Candy Valley
Grupos como o Candy Valley movimentam a região para o evento. O coletivo de startups pelotenses promove eventos na região visando atuar em conjunto com os parques tecnológicos, incubadoras, governos e iniciativa privada para divulgar as marcas e encontrar parceiros que estimulem o networking e ideias inovadoras.
De acordo com Raul Torma, coordenador do grupo, Pelotas tem startups que resolvem uma série de problemas nacional e internacionalmente e participar do South Summit é uma grande oportunidade para que elas se mostrem para potenciais clientes investidores. O grupo é parceiro do evento desde a primeira edição e por isso promove diversas ações para divulgação na região. Uma delas é o evento Candy Community: South Summit + Ladies in Tech, onde serão abordados pautas do ecossistema de inovação sob a ótica das comunidades de startups e ocorrerá no dia 27 de março. “Será uma espécie de esquenta para o South Summit”, diz Raul.
Um dos principais desafios das startups pelotenses é a regionalidade. Raul afirma que mesmo tendo um dos ecossistemas de inovação que mais cresce no estado, as barreiras geográficas e a falta de políticas públicas que incentivem o desenvolvimento e crescimento impedem que as microempresas escalem com mais facilidade.
Pelotas Parque Tecnológico
O professor Vinicius Campos é vice-presidente do Pelotas Parque Tecnológico e destaca a importância da presença de Pelotas no South Summit. Segundo ele, o parque abriga atualmente cerca de 60 startups, sendo que cerca de 20 delas estão incubadas nos projetos das universidades locais, a Conectar (UFPel) e a Ciemsul (UCPel), onde desenvolvem tecnologias em parceria com as universidades.
O professor também explica que o evento é fundamental para ganhar visibilidade com investidores. Dessa forma, o parque realiza diversas atividades preparatórias, incluindo parcerias com o Sebrae e outras instituições para ajudar as startups a se inscreverem e participarem da competição. “Também fizemos um acordo com a Universidade Federal para garantir descontos e facilitar a inscrição de um grande número de startups”.
Pelotas na abertura
Além dos participantes da região, a abertura oficial do South Summit Brasil contará com a apresentação do projeto Orquestrando Sonhos de Pelotas no RS Innovation Stage, espaço dedicado ao governo no evento. O projeto faz parte do Programa COMunidades Inovadoras, coordenado pela Secretaria de Desenvolvimento, Empreendedorismo e Inovação de Pelotas, liderada por Paula Cardoso.
Criado pelo músico João Marcos Nolte Martins, o Negrinho Martins, e pela produtora cultural Adriana Noronha, o Orquestrando Sonhos é um projeto sociocultural de educação musical continuada que busca mitigar os impactos sociais e educacionais causados pela pandemia. Atuando em diversas frentes, como musicalização, inclusão social e territorialidade, o projeto atende crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência (PCDs) em situação de vulnerabilidade. Além das aulas de instrumentos e oficinas culturais, promove debates sobre equidade de gênero, ancestralidade e identidade cultural.
Paula Cardoso destaca a importância do projeto e de estar presente em um evento internacional como o South Summit, levando a música como ferramenta de transformação social. “Através do aprendizado de ofícios musicais e do projeto de Luthieria, que ensina a confecção e manutenção de instrumentos musicais, buscamos também atender as mães dos alunos e a comunide educação musical continuada que busca mitigar os impactos sociais e educacionais causados pela pandemia. Atuando em diversas frentes, como musicalização, inclusão social e territorialidade, o projeto atende crianças, adolescentes, idosos e pessoas com deficiência (PCDs) em situação de vulnerabilidade. Além das aulas de instrumentos e oficinas culturais, promove debates sobre equidade de gênero, ancestralidade e identidade cultural.
Paula Cardoso destaca a importância do projeto e de estar presente em um evento internacional como o South Summit, levando a música como ferramenta de transformação social. “Através do aprendizado de ofícios musicais e do projeto de Luthieria, que ensina a confecção e manutenção de instrumentos musicais, buscamos também atender as mães dos alunos e a comunidade em geral”, afirma.
Para o evento, o Orquestrando Sonhos apresentará uma suíte musical arranjada por Negrinho Martins, reunindo obras de Beethoven, Mozart e Piazzolla, além de composições brasileiras como Céu, Sol, Sul, Terra e Cor (Leonardo), Sons do Pampa (Negrinho Martins) e um medley de funks. O repertório reflete a diversidade e a identidade cultural do projeto.
Além do Orquestrando Sonhos, o Programa COMunidades Inovadoras também inclui o Hub de Inovação, voltado à capacitação de jovens e mulheres, e o Movimenta Elas, que fomenta o empoderamento feminino nas comunidades atendidas.