Desde criança, o rio-grandino Nicolas Kucharski sempre cultivou a paixão pela leitura e sonhou escrever livros em algum momento da vida. Aos 20 anos, o escritor se prepara para o lançamento do seu segundo romance “As Consequências de Ser Helena”, que retrata as figuras de Helena do Leblon, clássica personagem das novelas de Manoel Carlos.
Como iniciou sua trajetória e sua paixão por escrever livros? Qual a sua história com a literatura?
Desde pequeno eu desenhava e escrevia pequenos livretos com historinhas que inventava para distribuir para amigos e pessoas da família. Aos oito anos, numa feirinha que teve no meu colégio, o EMEF Coriolano Benício, onde eu comprei um livrinho de terror, da coleção “A hora do espanto”. Levei para casa e demorei muito a começar a leitura, pois não tinha o hábito. Mas quando tomei impulso, devorei o livro e comecei a buscar mais e mais na biblioteca. Meus pais e minha família também sempre me estimularam muito e passaram a me dar muito livros. Desde o início, quando me apaixonei pela literatura, já tinha me decidido: em algum momento da minha vida, eu ia escrever um livro também.
Qual foi a história do seu primeiro romance escrito?
Comecei a escrever meu primeiro romance oficial, chamado “Um Detalhe Minucioso”, no final de 2020, mas as primeiras anotações que tenho dele, são de 2019. A história era um pouco diferente, ainda se passava nos Estados Unidos, mas eu queria escrever um romance onde o protagonista fosse um neurodivergente. Achei que seria uma história interessante, até para sanar uma curiosidade pessoal, que era como as pessoas que estão dentro do espectro autista se comportavam dentro de relacionamentos amorosos. Então envolveu uma longa pesquisa para fazer essa história o mais fiel e real possível.
Um Detalhe Minucioso conta a história de uma menina que se apaixona por um menino dentro do espectro autista. A Emma está vivendo uma pequena crise existencial dentro dos seus relacionamentos, e o Noah está em busca da resposta para um segredo metafísico nos quadros de um pintor francês, fruto do seu hiper foco.
Como foi a produção do livro “As Consequências de Ser Helena”? Conte um pouco sobre a trama
A história já está pronta. O lançamento está previsto para os próximos meses. Escrevi ela em tempo recorde para mim, foram cinco meses de escrita. Nessa história nós vamos acompanhar a Helena, que é uma jovem inconsequente, de personalidade forte, que acha que tudo o que ela faz é certo, principalmente no que diz respeito à sua vida amorosa, até o momento em que ela se vê em meio a um triângulo amoroso e vai ter que dar um jeito de lidar com esse dilema pessoal. É uma história divertida, emocionante, e para mim é uma satisfação enorme, como um fã de novelas, poder trazer uma representação disto para dentro da minha literatura, e ainda poder homenagear um autor que eu admiro muito, que é o Manoel Carlos.
Essa história vai tratar muito sobre dilemas éticos na vida dos jovens, relacionamentos de amizade e familiar, atletismo, a vida militar, e muitos outros assuntos que eu tenho certeza que os leitores irão gostar muito.
Qual a dica que você daria para jovens que, assim como você, visam seguir carreira na literatura?
A principal dica que eu dou e que eu também uso muito, é observar absolutamente tudo ao seu redor. As pessoas, as conversas, os lugares, o momento. Tudo é história. Também anote tudo e escreva todas as ideias que tiver, não espere por um momento de inspiração. Uma história que você escrever agora, pode funcionar muito bem daqui a cinco anos. A gente só aprende a escrever, a criar uma história, quando a gente insiste com as palavras na frente do papel ou do computador. A persistência é o que nos forma. Mesmo no dia que você não se sinta inspirado, escreva qualquer coisa. A escrita tem seu tempo, e para nós, nada é impossível de se fazer.