Vendas de páscoa podem crescer até 2,5% em Pelotas, projeta Sindilojas

Otimismo

Vendas de páscoa podem crescer até 2,5% em Pelotas, projeta Sindilojas

Suba do preço do cacau, e consequentemente do ovo de páscoa, é o principal entrave no crescimento das vendas

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Vendas de páscoa podem crescer até 2,5% em Pelotas, projeta Sindilojas
Avaliação do Sindilojas indica otimismo em relação ao ano passado. (Foto: Jô Folha)

Mesmo com o aumento expressivo do cacau registrado ao longo de 2024, de 189%, resultando em um reajuste médio de 23% no preço do ovo de Páscoa, lojistas de Pelotas mantêm o otimismo com a chegada da data. Para alavancar as vendas, uma das apostas é ofertar produtos com menor quantidade de chocolate para baratear os preços.

Para o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Pelotas (Sindilojas), Renzo Antonioli, o mais provável é que o volume de vendas permaneça próximo ao obtido em 2024. “Caso supere, o crescimento não deve ser superior a 2,5% em função da alta nos preços do cacau”, explica.

Uma das formas escolhidas para alavancar as vendas de ovos tradicionais, além da propaganda, continua sendo a parceria com marcas tradicionais de chocolate. Para esta Páscoa, a rede Cacau Brasil trará o ovo recheado do chocolate Lollo, além de manter as vendas dos conhecidos KitKat, Chokito e Prestígio.

De acordo com a gerente da loja, Tatiele Oliveira, a loja já começou os preparativos para a data. Os ovos de Páscoa manterão os mesmos valores praticados em 2024, com preços que começam em R$ 10,90 e vão até R$ 119,90. Entretanto, trufas e chocolates em tabletes devem subir já na próxima semana.

“Na Páscoa, o carro-chefe das vendas continua sendo os ovos de Páscoa. Projetamos um aumento de 70% nas vendas em relação a 2024”, diz Tatiele. Contrariamente ao que ocorreu no ano passado, a gerente já percebe uma maior movimentação de clientes antecipando as compras de Páscoa.

Antonioli destaca que Pelotas tem como característica uma boa venda de chocolates no período da Páscoa. “A compra de chocolates na data é uma tradição em Pelotas. Todos os anos, os estoques ficam praticamente zerados e acredito que este ano não será diferente”, comenta.

Conforme Antonioli, alguns lojistas também apostam na oferta de produtos que contenham menos chocolate e mais outros ingredientes agregados para que o preço não suba tanto. “Essa mistura de produtos, de ingredientes e a absorção de parte dos custos pelos lojistas fará com que o aumento do ovo para o consumidor não seja tão significativo.”

Consumidor cauteloso

Pesquisa realizada pela CDL de Porto Alegre demonstra um consumidor mais cauteloso em 2025. A pesquisa ouviu 302 pessoas, sendo que, para 56,6% dos entrevistados, a compra de ovos de Páscoa deve diminuir em relação aos anos anteriores, principalmente devido ao aumento dos preços.

Por outro lado, o chocolate em outros formatos mantém o protagonismo, sendo escolhido por 48,7% dos consumidores, à frente até dos próprios ovos, que aparecem com 43% das intenções de compra. A busca por opções mais econômicas reflete o quadro econômico da população: a maioria, 52,3%, avalia sua situação financeira como estável, sem dívidas, mas também sem sobra de recursos.

Sobre o valor a ser investido, 48% pretendem desembolsar entre R$ 201,00 e R$ 500,00, enquanto 30,8% estimam um gasto entre R$ 101,00 e R$ 200,00. Apenas 5,3% afirmaram que devem gastar mais de R$ 500,00 com presentes de Páscoa.

Opções caseiras

A proprietária da Confeitaria Moringa Fit, Natália Sedrez Benet, avalia que a demanda por produtos artesanais e saudáveis segue alta em Pelotas. Na Páscoa, especialmente, a procura por ovos artesanais e de colher aumenta. “A personalização e a exclusividade dos ovos caseiros são grandes atrativos, especialmente para quem quer fugir dos produtos industrializados. A demanda por opções mais saudáveis também tem crescido bastante.”

Para a empresa, a data representa uma fatia significativa do faturamento anual, informa a proprietária. A expansão do portfólio de produtos inclui ovos saudáveis no cardápio, assim como produtos que unem sabor e saudabilidade, incluindo sobremesas leves para o dia a dia e opções sem lactose e sem açúcar. “Além disso, estamos focando em estratégias para agregar valor aos produtos, como embalagens diferenciadas e kits personalizados.”

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