Adversário do Pelotas nesta sexta-feira (14), Hélio Vieira já cumpriu sua missão no São José. Contratado para salvar o clube do rebaixamento, o profissional pelotense, aos 61 anos, está “emprestado” pelo Bagé. Se nada mudar, ele deixa de ser treinador após o jogo contra o Lobo e retorna ao Jalde-Negro, onde foi anunciado em fevereiro como gerente de futebol para a Divisão de Acesso.
“A tarefa foi cumprida. O objetivo era não rebaixar, não ficar nas duas últimas posições. Com relação à continuidade, não recebi nenhuma proposta, não conversamos. E o meu foco ainda é terminar aquilo que foi acertado, que é a última partida desse quadrangular. Isso acontece na sexta-feira e, após isso, o que eu tenho de concreto é um contrato já firmado com o Bagé”, afirma o ex-zagueiro.
Além de ter guiado a permanência do São José na elite gaúcha, Hélio Vieira avançou com o clube à segunda fase da Copa do Brasil. O time empatou por 1 a 1 com o RB Bragantino, na última terça-feira, em Bragança Paulista, e acabou eliminado nos pênaltis, por 4 a 2. Antes, o Zeca havia passado pelo Oratório (AP).
O desgaste das partidas do quadrangular e da Copa do Brasil farão a equipe ser escalada com muitas modificações para o duelo contra o Lobo, um mero cumprimento de tabela para os dois lados.
“Aquele desgaste todo tem alguns atletas que têm sentido mais, porque atuaram na maioria dos jogos. E alguns jovens também que nós precisamos observar, a pedido da direção, vamos colocar nesse jogo diante do Pelotas para que eles possam ter uma minutagem e adquirir uma experiência”, explica o treinador.
Situação da dupla Bra-Pel
Revelado pelo Brasil, Hélio lamenta o cenário enfrentado pelos clubes pelotenses nesta temporada.
“Fico muito triste e preocupado com o que pode advir dessas campanhas ruins. O Pelotas já rebaixado e o Brasil com um risco bem grande. Acredito que o resultado de campo reflete muito as dificuldades que o clube tem, principalmente em relação a dívidas antigas, questões que vão inviabilizando, praticamente, as finanças do clube, fazendo com que a cada ano a corda fique mais esticada”, avalia.
“Isso vai fazendo com que o torcedor se afaste, principalmente os mais jovens, que já têm uma overdose de futebol de todo lado, nacional, internacional, à disposição pela TV. Campanhas ruins e todo esse conjunto que tem cercado os clubes de Pelotas certamente afastam mais ainda, mas é torcer para que consigam se recuperar, se equilibrar financeiramente”, completa.