Comunidade cobra reforma de telhado em escola de Canguçu

Polêmica

Comunidade cobra reforma de telhado em escola de Canguçu

Suposto prazo dado pela Secretaria de Obras Públicas para a solução teria vencido; governo nega a promessa

Por

Comunidade cobra reforma de telhado em escola de Canguçu
Estrutura do local está comprometida e afeta aulas, além de gerar preocupação na comunidade com a segurança dos alunos. (Foto: @eduardosilvadrone)

Pais, alunos e professores da Escola Estadual de Ensino Fundamental (EEEF) Irmãos Andradas, em Canguçu, protestaram nesta semana para cobrar do governo estadual a reforma do telhado da escola, interditado há quase seis meses por risco de desabamento. Segundo a gestão do colégio, em janeiro, a Secretaria Estadual de Obras (SOP) prometeu iniciar as obras em 30 dias, mas o prazo expirou sem um novo posicionamento do governo. A SOP nega que a promessa tenha existido.

De acordo com o diretor da escola, José Vargas, o primeiro sinal de comprometimento da estrutura foi verificado em setembro do ano passado. Naquele momento, parte do madeiramento do telhado de um dos setores do prédio havia cedido, fruto da ação do tempo. O espaço, então, foi interditado por conta do risco de desabamento de toda a cobertura. Isso interferiu no uso de três salas de aula, e as turmas foram realocadas em outros ambientes da escola, como a biblioteca, o refeitório e a sala dos professores.

Com cerca de quatro telhas da estrutura colapsadas, a escola decidiu tomar medidas imediatas para evitar um problema maior. A Coordenadoria Regional de Obras Públicas (Crop) foi informada no mesmo dia. Conforme narra o diretor, foram realizadas reuniões junto à 5ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) para viabilizar soluções e agilizar o processo de reparo.

O diretor garante que a escola até se ofereceu para organizar um mutirão com pais e recursos próprios, ciente da demora do governo, mas foi comunicada pela coordenadoria que a medida seria ilegal. Além disso, uma comitiva foi até Porto Alegre para tratar do caso diretamente com a SOP, que prometeu o início da reforma em 30 dias, segundo o gestor. O prazo expirou sem nenhuma ação.

Comunidade clama por providências

Descontente pela falta de providências em Canguçu, a comunidade escolar se reuniu na última terça-feira (11) para cobrar uma posição sobre a reforma do telhado da escola. Imagens aéreas divulgadas por um pai de aluno nas redes sociais mostram a gravidade da situação.

A filha de Tarciso Ancelmo, 49 anos, por exemplo, estudava em uma das salas afetadas. Agora, ela tem aula na sala dos professores de forma improvisada. Ancelmo diz que, enquanto nada acontece, os alunos seguem enfrentando dificuldades. São salas lotadas e falta de espaços adequados, além de problemas na distribuição da merenda. Ele critica a demora do poder público e ressalta: “muitas vezes, é preciso pressionar para que algo seja feito”.

SOP nega prazo

Em nota, a Secretaria de Obras Públicas do Estado nega que a promessa existiu, pois antes de haver uma previsão, a demanda precisa chegar via Secretaria da Educação do Estado (Seduc). A SOP também informa que já tinha entendimento da situação da escola, e que nas próximas semanas a empresa designada para realizar a reforma dará andamento aos trabalhos.

A secretaria afirma que o atendimento ocorrerá por meio da contratação simplificada. Nesse sistema, as licitações são feitas por lotes, conforme a área de abrangência das Coordenadorias Regionais de Obras Públicas, sem ser fazer uma licitação para cada reforma. “Basta acionar a empresa pré-contratada responsável pelo lote que a escola integra e demandar o serviço em um ‘catálogo’ à disposição da SOP. Uma mesma região pode ter mais de um lote, sendo atendida por mais de uma empresa”, explica o governo.

Acompanhe
nossas
redes sociais