A Associação Comercial de Pelotas estava mobilizada para que fosse concretizado o projetado ramal férreo entre Pelotas e Santa Maria. A ligação direta entre as cidades era vista como fator de extrema importância para o desenvolvimento econômico da Zona Sul. A demanda tinha sido exposta em telegrama ao interventor Federal no Estado, que estava no Rio de Janeiro, via telegrama em 9 de fevereiro de 1935, e desta forma fazer chegar ao presidente da República, Getúlio Vargas.
A correspondência ainda sugeria que o ministro Artur Costa aproveitasse a viagem programada à Europa para divulgar o projeto e entabular acertos financeiros para viabilizar a proposta. “Na nossa embaixada de Londres devem existir estudos e plano geral da grandiosa obra deixados pelo ex-ministro Assis Brasil, por ocasião da sua presença à conferência econômica londrina, em agosto de 1933″, relatava a correspondência assinada pelo então presidente, Manoel Ferraz Viana, pelo primeiro secretário, Vitorino Menegotto, da ACP.
Início do projeto
O trajeto foi iniciado com muito atraso na década de 1940, quando o estado era governado pelo jaguarense Oswaldo Cordeiro de Farias, interventor Federal entre os anos de 1938 e 1943, nomeado por Getúlio Vargas. “Este pressionava, mas o projeto não deslanchou, somente iniciou timidamente, em 1952, com a construção do ramal Pelotas-Canguçu, de 52 quilômetros”, relembra funcionário público aposentado José Eugênio Perez, pesquisador sobre o tema, e que possui um grande acervo sobre a ferrovia no Rio Grande do Sul.
O ramal foi construído pelo 1º Batalhão de Engenharia do Exército, sediado em Bento Gonçalves, na época. O projeto exigiu a construção de grandes pontes e três túneis no trajeto entre as colônias de Pelotas, como na Maciel e na Cascata.
Um dos trechos aproveitados foi o da antiga ferrovia dos franceses, que cortava os fundos do atual Instituto Federal Sul-Riograndense (IFSul). O trajeto atravessava a atual avenida Bento Gonçalves, próximo à rua Cassiano, e seguia em direção ao Monte Bonito.
Considerado deficitário
Em 1960 uma grande composição (locomotiva e vagões) realizou uma viagem teste com cargas, rumo a Santa Maria. A estrada de ferro cortava uma grande área de produção de calcário e mineração, como Caçapava do Sul e outros municípios adjacentes.
Porém, em 1962 o governo do Estado argumentando gastos em manutenção do trecho, como reforma de expressivas obras, como da grande ponte (em extensão e altura) na Colônia Maciel, resolveu extinguir o projeto. “Sendo assim, nesse ano, foram retirados trilhos e desativadas estações ativas que transportavam produtos e passageiros ao longo da linha”, relembra Perez.
Há 100 anos
Militar alemão é recebido com honras em Pelotas e em Rio Grande
O almirante alemão Paulo Behncke visitava a Zona Sul do Estado, a bordo do paquete Itaúba. O militar foi um dos principais comandantes da Marinha Imperial da Alemanha durante a Primeira Guerra Mundial. Em Rio Grande, foi recebido no paço municipal pelo intendente e em Pelotas foi homenageado em um banquete, no extinto Club Germânica.
Ao fim da guerra, Behncke pediu demissão do cargo de chefe de marinha daquele país. Entretanto, companhias de navegação alemãs convidaram o militar para fazer uma viagem ao redor do mundo, totalmente custeada por estas empresas. “Não tenho com as companhias de navegação do meu país nenhum compromisso, quer de ordem técnica, quer de natureza comercial. Quero ver o mundo com os meus próprios olhos, observar costumes, conhecer povos, formar o meu juízo sobre quanto me seja dado a anotar…. Realmente. Não fazer nada é essa a minha intenção…”, declarou em entrevista reproduzida pelo jornal Diário Popular.
Batalha
Entre seus feitos, Behnck se notabilizou por ter comandado o III Esquadrão de Batalha da Frota Alemã de Alto-Mar durante a Batalha da Jutlândia. Este foi o maior confronto naval e a única batalha direta entre as marinhas alemãs e a real britânica.
Fonte: Diário Popular/Acervo Bibliotheca Pública Pelotense; wikipedia.org
Há 50 anos
Congresso Estadual de Vereadores pode ser realizado no município
Pelotas estava sendo preparada para receber o 2º Congresso Estadual de Vereadores. O evento seria realizado entre os dias 19, 20 e 21 de abril. O último ajuste era a oficialização do patrocínio da Assembleia Legislativa do Estado.
Trinta e duas câmaras municipais manifestaram o desejo de participar do evento. O tema principal dos debates deverá ser a remuneração dos vereadores em cidades com menos de 200 mil habitantes.
Outras atividades
Ao mesmo tempo os vereadores da Arena e MDB receberam um convite dos colegas de Santana do Livramento para participarem o 5º Encontro de Vereadores que será realizado naquela cidade, entre os dias 21 e 23 de março. Porém, somente a representação arenista iria participar. Os emedebistas iriam integrar um encontro de líderes oposicionistas.
