Visitas presidenciais são atos políticos
Edição 18 de fevereiro de 2025 Edição impressa

Quarta-Feira26 de Fevereiro de 2025

Opinião

Douglas Dutra

Douglas Dutra

Jornalista

Repórter e colunista de política do A Hora do Sul | douglas.dutra@ahoradosul.com.br

Visitas presidenciais são atos políticos

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As duas últimas visitas de presidentes da República à Região Sul foram, basicamente, atos políticos com roteiros bastante parecidos, mudando o cenário e os personagens. 

Agora, o presidente Lula visitou Rio Grande para assinar um contrato para construção de navios. Na plateia, centenas de apoiadores ovacionando. No palco, ministros e deputados aliados. A imprensa distante em um cercadinho, a muitos metros dos políticos.

Em abril de 2022 foi o então presidente Jair Bolsonaro que esteve em Pelotas para entregar as obras de duplicação das BRs 116 e 392, num cenário bastante parecido: apoiadores como fãs na plateia, palco com aliados próximos e imprensa isolada.

Lulistas e bolsonaristas podem ficar irritados com a comparação, mas é o que acontece de fato. Os apoiadores de Lula não estavam no ato oficial de 2022 e os apoiadores de Bolsonaro não estavam em Rio Grande na segunda-feira. Mas a imprensa estava, e cumpriu seu papel de relatar os fatos, mesmo que sem poder dirigir uma única pergunta aos presidentes.

Ilude-se quem pensa que desses eventos pode sair uma grande novidade. Eles são o que foram feitos para ser: atos políticos em que os presidentes aparecem apenas para receber o aplauso da torcida. Quem gosta, aplaude, quem não gosta, que resmungue nas redes sociais.

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