O Brasil iniciou na segunda-feira (24) a preparação para o clássico Bra-Pel do próximo domingo, às 19h na Boca do Lobo. Será a primeira semana “cheia” que a equipe terá desde o começo do Campeonato Gaúcho para focar apenas no treinamento. Na derrota para o São José, sábado, o Xavante chegou ao 10º jogo em 31 dias. O saldo é de apenas uma vitória, cinco empates e quatro derrotas. Números que colocam o Rubro-Negro na última colocação do quadrangular do rebaixamento de forma isolada.
Em crise pelos resultados, Pingo precisará aproveitar os seis dias de trabalho para achar soluções que o próprio treinador apontou para justificar a campanha ruim. Além da questão física e dos desfalques, o treinador do Brasil acredita que a parte mental está afetando o grupo de uma forma geral.
“O desgaste, quando você vem de resultados negativos, é maior, você tem que correr mais. O fator psicológico também contribui muito. A gente está com muita dificuldade porque não tem tempo de treinamento, mas eu não posso ficar aqui dando desculpas. Eu sou o treinador e tenho que achar a solução”, disse Pingo em entrevista coletiva depois da última derrota.
Com dois clássicos pela frente, o Xavante precisará reagir logo ou caso contrário poderá ficar em situação delicada nas últimas rodadas. Pingo pretende utilizar a semana para recuperar a parte física, que o próprio treinador admitiu estar abaixo. O treinador também lamentou as poucas peças disponíveis, principalmente para mexer na equipe durante os jogos.
“Vem a questão do desespero, as trocas também a gente não tem jogadores para posição, a gente sempre tem que improvisar, uma coisa normal. Quando cheguei aqui eu sabia que alguns jogadores estavam contundidos”. Pingo se refere principalmente ao fato de não ter nenhum centroavante disponível. Mayco Félix sofreu uma fratura e deve ficar de fora do restante do Gauchão.
Contratado para ser opção, Gabriel Moysés deixou o Brasil depois da derrota para o Ypiranga. Nenhum jogador da posição foi contratado. A janela de inscrições fechou na véspera da oitava rodada. Desde então, Pingo precisou improvisar Jeferson como falso 9 e Jota jogou nos últimos dois confrontos de centroavante.
Para o Bra-Pel do domingo, Juliano Fabro deve estar de volta. O volante vinha sendo titular e um dos destaques da equipe até sofrer uma lesão muscular contra o Internacional, dia 5 de fevereiro.
O Brasil não informou a programação da semana.
“A gente não está sozinho”
Durante a entrevista coletiva, em mais de uma resposta, Pingo citou o fator psicológico como algo que a equipe também precisa trabalhar para os próximos quatro jogos.
Três das quatro partidas serão em Pelotas, duas no Bento Freitas e uma na Boca do Lobo. A única viagem será para enfrentar o São José, na quinta rodada. Pingo destaca a importância do torcedor neste momento, citando que os rubro-negros seguiram incentivando a equipe mesmo sendo derrotada.
“A gente sabe que nas derrotas tem atletas que sentem mais. Então a gente tem que fazer um trabalho muito forte nesse sentido. […] A gente estava perdendo de 3 a 1, o torcedor estava vibrando, estava apoiando. O atleta tem que botar isso na cabeça, que a gente não está sozinho. O torcedor depois tem que cobrar mesmo”, completou.
Presidente se manifesta
Quem também falou depois da derrota foi o presidente Vilmar Xavier. O mandatário xavante lamentou o resultado negativo e prometeu ter uma conversa com todos os envolvidos no futebol e na direção do clube para buscar formar de reagir antes que seja tarde.
“Hoje não foi um dos piores jogos. Jogaram até bem, mas não vieram os três pontos. Sofremos três gols, então tem que analisar com a comissão técnica, com a gerência, com o executivo, para ver o que está acontecendo”, afirmou