Proposta desenvolvida a partir de 2013, a implantação do Museu da Cidade de Pelotas, sediado no Casarão 6 da praça Coronel Pedro Osório, consta como aprovado pelo financiamento do PAC Cidades Históricas 2 no site do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), com recursos assegurados desde o ano passado. No cargo há pouco mais de 40 dias, a secretária municipal de Cultura, Carmem Vera Roig, fala sobre como está o processo de tirar esse importante projeto do papel, e, finalmente, começar a dar contornos concretos para esse novo equipamento público que deve se tornar mais um aliado para a cultura e o turismo locais.
Em que fase está o projeto de implantação do Museu da Cidade?
O projeto foi adquirido faz tempo, já temos depositado através de Convênio com Governo Federal via Novo PAC, são R$ 13 milhões de recursos garantidos sem contrapartida, para execução de obras físicas e instalações que permitirão a implantação da expografia. Além deste, temos um recurso da Secretaria de Estado da Cultura (Sedac), de R$ 4 milhões de recursos depositados, com R$ 1,5 milhão de contrapartida municipal para implantação do projeto museográfico. O projeto adquirido tem a parte de expositores e todo o funcionamento, que é bem digital. O projeto da Isa Ferraz é bem legal. Estamos atualizando esses recursos, infelizmente temos que refazer algumas obras do restauro da casa. Mandamos tudo para o Iphan, uma planilha atualizada e eles pediram outros documentos. Agora começa a burocracia, a gente analisa uma parte e manda, eles pedem outras coisas, estamos nesse ping-pong com o Iphan para acelerar. Queremos fazer essa licitação o mais rápido possível.
Como está o Casarão de número 6, que vai receber o Museu da Cidade de Pelotas?
Estamos fazendo um mapeamento de danos, mas primeiro estamos retirando muitas coisas que estavam ali. Infelizmente, o prédio ficou fechado, com objetos e equipamentos do Sete de Abril, coisas que foram sendo colocadas na casa. Então, estamos organizando uma limpeza e fazendo o diagnóstico de danos, porque tem infiltrações e perdas de alguns adornos no teto. Também estamos selecionando uma empresa para limpar as esquadrias e fazer uma boa limpeza no prédio.
O que precisa ser licitado?
Precisamos licitar a execução dos dois projetos. A casa foi restaurada entre 2010 e 2011, com recursos do Monumenta, e em 2013 surgiu a proposta da criação do Museu da Cidade e foram elaborados todos os projetos para instalação. A Casa 6 foi contemplada pelo PAC Cidades Históricas em 2013, quando foram elaborados todos os projetos para instalação. Essa etapa foi dividida em três partes, a primeira proposta museográfica, a segundo o projeto arquitetônico, quer dizer obras físicas para implantar o Museu (elétrica, hidro sanitária, climatização, sonorização, luminotécnico e prevenção contra incêndio tinham de estar incluídos nos valores), incluindo aqui a comunicação visual. O projeto era bem de vanguarda na época. Todos esses projetos foram concluídos em 2015 e aprovados pelo Iphan. Mas em 2018 já tinham sido detectadas algumas patologias na edificação, forro e cobertura. Chegamos nós aqui em 2025 e estamos atualizando a planilha de 2018. De novo estamos mapeando os danos para incluir os recursos. O que são esses danos, manutenção de cobertura, calhas, sistema de escoamento pluvial e forros de estuques.
Que acervo será abrigado por esse museu?
O acervo vai ser construído com quem conhece a cidade. A gente vai contar a história da cidade. O projeto da Isa Ferraz contém aparato para contar essa história. Os espaços museográficos estão previstos, mas quem vai rechear isso? Quem vai contar essa história ficou para nós escolhermos, por meio desses recursos. A ideia é construir a nossa história com apoio do conhecimento produzido aqui da cidade. Nós vamos fazer esse Museu a muitas mãos.
Há uma projeção de início desse processo de construção do Museu?
Estamos esperando fechar esse recurso com o Novo PAC, em paralelo já está prorrogado esse contrato com a Sedac para a gente começar.