A partir de março, Pelotas recebe os técnicos do Serviço Geológico do Brasil (SGB), que está vinculado ao Ministério de Minas e Energia, para o mapeamento das áreas de riscos e demais intempéries. A ação ocorre em 93 municípios atingidos pelas cheias de setembro de 2023 e maio de 2024. Ainda na Zona Sul, São Lourenço do Sul está entre a primeira e a segunda etapa, que é a ida a campo e depois o estudo do que foi analisado. Rio Grande e São José do Norte terão seus laudos divulgados até o final deste mês.
“Em Pelotas, por ser um município maior, os trabalhos de campo vão ser feitos ainda em março, por uma equipe destacada só para isso”, destaca o chefe da Divisão de Geologia Aplicada, Tiago Antonelli, e coordenador da ação emergencial no RS. Ele garante que o cronograma está em dia e que os problemas encontrados nas cidades avaliadas (22 cidades já tiveram relatórios divulgados) são similares. Entre os mais graves, o especialista cita as inundações históricas que atingiram marcas jamais alcançadas e movimentos de massa, deslizamentos e corredeiras de detritos. “Foram com bastante volume e com muita energia envolvida e causaram muitos danos”, aponta.
Conhecimento de áreas
O trabalho do SGB vai auxiliar os municípios na reconstrução e no conhecimento das áreas de risco que cada um tem. Segundo Antonelli, os resultados serão entregues às defesas civis municipais, estaduais, à Casa Civil e ao governo federal. “Com o advento e o aumento das mudanças climáticas, muitas áreas que antes não eram afetadas por esses processos geohidrológicos e hoje são atingidas porque os extremos estão maiores, tanto os chuvosos como os em temperatura. Por isso a importância da atualização”, explica.
O mapeamento atualizado das áreas de risco será de domínio dos órgãos competentes em todos os níveis municipal, estadual e federal para que cada cidade tenha o suporte na hora da reconstrução de locais prioritários, “Além do trabalho para salvar e guardar a vida das pessoas que moram nas áreas mais vulneráveis”.
A operação
O Serviço Geológico do Brasil trabalha no eixo de prevenção de desastres desde 2012, quando a Lei 12.608 foi criada. “Desde então mapeamos os mais de 1,7 mil municípios no Brasil e estamos, desde então, aprimorando metodologias, conceitos, padronizações para atender toda a população conforme a nossa capacidade operacional financeira.”
O trabalho de campo já foi concluído em Arambaré, Canudos do Vale, Coqueiro Baixo, Paraíso do Sul, Putinga, Rio Grande, São José do Norte, São Lourenço do Sul, Veranópolis e Vespasiano Corrêa. Estão em andamento as atividades nos municípios de: Arroio do Padre, Caxias do Sul, Cerro Branco, Ibarama, Santa Tereza e São José do Herval. Os técnicos, por se tratar de uma ação emergencial, são de outros estados. Por exemplo, em São Lourenço do Sul atuam geólogos da Bahia.