Edneia Brazão tem 25 anos e é cantora, cientista musical e compositora. Natural de Cabo Verde, na África, a artista veio a Pelotas para cursar música na UFPel e por aqui está fazendo sua história. Em 2024, ela participou do curta-metragem Não tem mar nessa cidade, dirigido por Manu Zilveti, que participou de diversos festivais, entre eles o 52º Festival de Cinema de Gramado, onde ganhou o prêmio de melhor trilha sonora na Mostra Gaúcha de Curtas.
Como foi o convite para participar do curta?
A Manu teve a ideia de fazer um curta sobre o amor entre imigrantes, porque ela veio de uma família de imigrantes. Ela é brasileira, mas os pais vieram da Bolívia, por isso sempre foi uma vontade dela fazer um filme nesse sentido. Então, ela usou essa ideia para realizar o seu TCC do curso de cinema. Porém, o convite para participar do filme surgiu através de um amigo. A Manu publicou no Facebook que estava procurando imigrantes para conversar sobre essa proposta e o meu amigo me marcou no post. A partir daí conversei com ela e depois de um tempo, fui convidada para ser a atriz do filme.
O curta tem duas camadas porque é ficção e documentário. Tem muito de mim na parte documental. Sou eu mesma, inclusive a personagem tem o meu nome. A ficção fica por conta da história de amor entre os jovens imigrantes estudantes que residem em Pelotas.
Como foi participar do Festival de Cinema de Gramado?
Participar do Festival com certeza foi uma coisa nova para mim. Foi um grande aprendizado, uma grande experiência, com certeza foi uma coisa que eu vou levar para a vida toda. Eu fiquei sabendo que o filme tinha passado no Festival de Gramado dois meses antes e, mesmo assim, não sabia que o filme estava concorrendo em várias categorias porque essas questões chegam direto para a Manu. Eu estava concorrendo diretamente em duas categorias: melhor atriz e melhor trilha sonora que fiz junto com um amigo. E foi uma surpresa quando falaram que tínhamos ganhado a melhor trilha sonora do festival dos curtas gaúchos. Eu fiquei muito feliz.
O curta vai participar de outros festivais ainda?
Ela já participou em vários festivais, inclusive o último que fomos, foi a Mostra Regional da Fronteira, em Bagé. Inclusive eu ganhei um prêmio de Menção Honrosa pela minha atuação. O filme também já passou em festivais na Colômbia, na Rússia, em São Paulo e em Belo Horizonte.
Quais são os seus próximos passos em relação a carreira artística?
Eu estou trabalhando nas minhas músicas agora, que tá um pouco difícil, porque começar como artista independente não é fácil. Então estou trabalhando, tá demorando um pouco mais do que eu gostaria, mas vamos deixar que Deus coloque a mão e dê tudo certo. Pretendo continuar atuando, estudar mais para poder fazer filmes e atuar muito melhor. E continuar nesse rumo, eu sempre gostei da área artística, eu vou continuar, é claro, com as minhas músicas, as minhas composições, minhas performances, e claro, pretendo continuar fazendo o show de música cabo-verdiana de novo, que eu fiz em 2023, mas pretendo fazer de novo. É um projeto que está tomando forma ainda. Além disso, pretendo estudar mais, fazer meu mestrado na área inclusive, e enfim, deixar a vida levar, vamos ver o que acontece.