Metade do Laranjal não é coberto por rede de tratamento de esgoto
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira11 de Fevereiro de 2025

Saneamento

Metade do Laranjal não é coberto por rede de tratamento de esgoto

O atual sistema de esgotamento sanitário contempla em torno de três mil domicílios; Sanep busca recurso de R$ 120 milhões para abranger todo o bairro

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Metade do Laranjal não é coberto por rede de tratamento de esgoto
Diretor-presidente da autarquia diz que projeto de ampliação irá englobar Recanto de Portugal e Las Acácias. (Foto: Gustavo Mansur)

O Laranjal conta com om 45 mil moradores, mas a rede de tratamento de esgoto não chega à metade das residências. Para universalizar o serviço no bairro, será necessário construir cerca de 30 quilômetros de rede coletora e ampliar a Estação de Tratamento (ETE Laranjal). O projeto das obras é estimado em R$ 120 milhões e foi submetido pelo Sanep ao PAC para financiamento do governo federal.

Segundo o diretor-presidente do Sanep, Ellemar Wojahn, o atual sistema de esgotamento sanitário atinge em torno de três mil residências do bairro, com uma rede coletora de efluentes de 50 quilômetros de extensão. Com o projeto de ampliação, o tratamento irá englobar as localidades do Recanto de Portugal e Las Acácias.

“Esse é o próximo passo, buscar esse recurso federal para poder dar seguimento nas redes coletoras e na ampliação da estação de tratamento”, diz. Um dos pontos do Laranjal que não recebe o serviço, o Balneário dos Prazeres, não deverá ser incluído nas obras de incremento das redes de esgoto devido a questões técnicas da localidade. “Talvez não entre nessa etapa, mas é possível que no futuro se projete uma pequena estação de tratamento local”, explica Wojahn.

Resistência para a conexão na rede

A ampliação do tratamento de esgoto no Laranjal também é originada pela falta de conscientização dos moradores. Conforme o diretor-presidente, uma parcela significativa dos proprietários de imóveis localizados em ruas cobertas pela rede coletora não realiza as obras necessárias para a conexão das casas com a tubulação.

Wojahn aponta que isso acontece na maioria das vezes porque as fossas estão localizadas na área dos fundos dos terrenos e os moradores não desejam fazer uma obra mais extensa para a adequação. “Isso é um fator que ocasiona a resistência, é uma dificuldade que temos no Laranjal”, diz.

Segundo o diretor, esses moradores foram notificados pelo Sanep e se dentro do prazo estabelecido a conexão com a rede de esgoto não for realizada, o Ministério Público poderá ser acionado. “Porque é uma situação de saúde pública”.

Balneabilidade

Além da possibilidade de contaminação do meio ambiente e do impacto na saúde, a falta de tratamento de esgoto é responsável pela contaminação da Lagoa dos Patos. Como explica Wojahn, isso acontece principalmente após período de chuva, pois parte do esgoto que extravasa das fossas vai parar nas valetas e, com o transbordamento delas, os efluentes se infiltram na Lagoa.

Nos primeiros sete boletins de balneabilidade, havia vários pontos impróprios para banho no Laranjal. “Outro trabalho que planejamos é de ir aos poucos colocando tubos nessas valas e as fechando”.

Investimento em esgotamento sanitário

O diretor-presidente do Sanep ressalta o foco da autarquia na ampliação do tratamento de esgoto nos quatros anos da sua gestão. Ele aponta que a ETE Novo Mundo, concluída recentemente, deverá entrar em funcionamento no meio do ano. Além disso, o Sanep prevê a construção de duas novas estações de tratamento, a ETE da Estrada do Engenho e do Simões Lopes. “Estamos buscando financiamento, já temos até uma certa garantia desses recursos serem financiados”.

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