O Estaleiro Rio Grande, operado pela Ecovix, já observa novas oportunidades na indústria naval. Prestes a assinar o contrato para construção de quatro navios Handy, a empresa pode se credenciar para uma nova licitação da Transpetro, em junho.
“O que o presidente iria fazer aqui, mas que provavelmente vai anunciar no Rio, é a licitação de mais oito navios gaseiros, que não necessariamente virão para cá, mas vão estar em disputa nos estaleiros nacionais”, destaca o deputado federal Alexandre Lindenmeyer (PT).
A concorrência que Lindenmeyer destaca envolve a construção de oito navios gaseiros, dos tipos pressurizados e semi-refrigerados, com capacidade entre 7 e 14 mil toneladas de porte bruto.
Assinatura do contrato
Antes marcada para 17 de fevereiro, a agenda do presidente Lula (PT) em Rio Grande foi transferida para o dia 24. A visita marca a retomada da indústria naval brasileira, a partir da assinatura do contrato da Transpetro junto ao consórcio de estaleiros Ecovix/Mac Laren para construção de quatro embarcações do navio Handy.
O consórcio apresentou preço final de US$ 69,5 milhões (em torno de R$ 415 milhões) por embarcação e o começo dos trabalhos está previsto para o primeiro semestre de 2025. As construções vão movimentar mais de R$ 1,6 bilhão, além de gerar cerca de mil empregos.
De acordo com o cronograma da concorrência, o lançamento do primeiro navio Handy é estimado para o primeiro semestre de 2026. Os demais navios serão entregues sucessivamente a cada seis meses, até meados de 2028. As embarcações terão capacidade para movimentar de 15 a 18 mil toneladas de porte bruto e serão utilizadas para transporte de produtos do petróleo, como a gasolina.
Plano nacional
Presidente da Frente Parlamentar Mista em Defesa da Indústria Naval Brasileira, Lindenmeyer afirma que os quatro navios Handy e os oito gaseiros fazem parte de um plano maior que prevê a construção de 25 embarcações.
Além das embarcações já citadas, Lindenmeyer ressalta que a Petrobras planeja novas licitações para a construção de quatro navios de porte ainda maior e que o setor também pode ser impulsionado pela montagem de módulos para plataformas de petróleo.
“Temos duas grandes plataformas, que cada uma tem em torno de 55 mil toneladas em cima de convés para produzir 220 mil barris por dia, essas já foram licitadas, e grande parte desse volume tem a tendência de ser contratado no Brasil, o que vai desdobrar na ocupação dos estaleiros nacionais”, argumenta o parlamentar.