Dia do municipal do Sopapo é celebrado com música e dança
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Terça-Feira4 de Fevereiro de 2025

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Dia do municipal do Sopapo é celebrado com música e dança

Ato cultural na prefeitura relembrou a importância do grande tambor na cultura afro pelotense

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Atualizado segunda-feira,
03 de Fevereiro de 2025 às 18:55

Dia do municipal do Sopapo é celebrado com música e dança
Mestre griô Dilermando de Freitas leva a história do tambor para as comunidades (Ana Cláudia Dias)

Um ato cultural, da Secretaria de Cultura, organizado por meio da Diretoria de Manifestações Populares em parceria com o gabinete da vice-prefeita e secretarias de Igualdade Racial e de Governo, celebrou o Sopapo, no dia dedicado a este emblemático instrumento de percussão, patrimônio municipal. A ação, que ocorreu no vestíbulo da prefeitura, reuniu autoridades, artistas, ativistas culturais e comunidade negra na reverência ao grande tambor. 

O evento da tarde desta segunda-feira (3) foi aberto pela vice-prefeita, Daniela Brizolara (PSOL), que falou sobre a relevância do grande tambor como uma herança cultural negra em Pelotas. “Falar de sopapo é também falar de Giba Giba e da importância desse homem e de outros, que o antecederam e os que vieram depois”, diz. A vice-prefeita ainda falou sobre a necessidade de que as pessoas que conhecem a história que envolve o sopapo sejam multiplicadores, como um compromisso de não deixar esse legado morrer. “O tambor de sopapo é resistência, o negro é resistência”, diz.

O diretor de Manifestações Populares, Daniel Amaro, disse que a iniciativa do evento se deve a deste patrimônio para a cultura popular local. “Por isso cabe a nós fazer um chamamento para o ato alusivo a data”, comentou. 

Saberes e fazeres

Presente no evento, o mestre griô Dilermando Freitas, tocou o tambor na abertura do ato festivo, o mesmo instrumento que há anos ele preserva não só com a transmissão das histórias que envolvem o sopapo, mas também construindo o grande tambor. O griô relembra que foi, a partir da Ação Nacional Griô que reconheceu ele, e os mestres Sirley Amaro e Batista, ambos falecidos, como detentores de saberes e fazeres da cultura afro diaspórica, que ele aprendeu a confeccioná-lo. 

“Eu comecei a entender o valor desse tambor. Eu, como sou de terreiro, eu sou umbandista, nesse tambor que eu carrego comigo a ancestralidade, eu trago o arquétipo de vários orixás. Então, é importante que, quando eu levo o tambor para a escola, para falar de mitologia, eu falo dessa importância desses orixás que estão presentes, que eles representam toda uma ancestralidade. O tambor, para mim significa a minha história, o tambor que significa a história do negro. Na cidade de Pelotas e, de modo geral, no Rio Grande do Sul”, fala o griô. 

Canto e dança

Apresentação do coral Ojuobá – Cantos Sagrados e Populares colocou a plateia pra dançar (Foto: Ana Cláudia Dias)

O ato foi encerrado com a apresentação do coral Ojuobá – Cantos Sagrados e Populares, que fez toda a plateia cantar e dançar com a canção Aos mestres do tambor, de Janete Flores. O grupo foi criado em 2016 pelas cantoras e professoras Daniela Brizolara e Dena Vargas, com o objetivo de contribuir para a valorização da religião de matriz africana, através da música e da dança, bem como sensibilizar o público em geral da importância da luta contra a intolerância religiosa. 

No calendário de eventos

O Dia Municipal do Sopapo integra o calendário de eventos de Pelotas desde o ano passado, já a patrimonialização do tambor ocorreu em 2021, ambos projetos de lei do vereador Paulo Coitinho (Cidadania). A data marca a morte do músico Giba Giba (Gilberto Amaro do Nascimento), ocorrido em 3 de fevereiro de 2014. Giba Giba foi quem promoveu um resgate desse tradicional instrumento, durante a execução do festival Cabobu, e era um grande incentivador da cultura negra local.

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