Alta produção de hortifruti faz preços caírem nas feiras livres de Pelotas
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira4 de Fevereiro de 2025

Economia

Alta produção de hortifruti faz preços caírem nas feiras livres de Pelotas

Itens como tomate e alface vêm com preço em queda. Produtos de fora devem ficar mais caro pelo reajuste nos combustíveis

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Alta produção de hortifruti faz preços caírem nas feiras livres de Pelotas
Na feira, produtores lamentam o alto custo de produção no campo. (Foto: Rita Wicth)

Bom para o consumidor, ruim para o produtor. Os preços dos hortifrutigranjeiros vêm apresentando queda na Central de Abastecimento (Ceasa) de Pelotas e também em feiras livres. Campeão dos baixos preços, o tomate teve redução de 26,6% nos últimos dois meses, ficando com preço médio ao consumidor abaixo de R$ 5 o quilo.

Também vêm agradando os consumidores os preços praticados na venda da alface (entre R$ 1 e R$1,50 o pé), da batata inglesa (média de R$ 3 o quilo), da uva (R$ 7 o quilo) e da melancia (preço mais diversificado por ser vendida tanto inteira quanto em fatias).

De acordo com o presidente Ceasa Pelotas, José Paulo Benemann, as frutas e hortaliças que integram as culturas de verão estão com bom preço para o consumidor, mas a partir de agora não devem baixar mais. “No caso do tomate, por exemplo, as plantas que geralmente produzem até 12 quilos chegaram a produzir 20 quilos nesta safra”, diz.

Preocupação no campo

Entretanto, para os produtores, a situação é preocupante, especialmente devido ao aumento dos combustíveis anunciado na última semana. Para a feirante e produtora rural, Elizabete Harews, do 9º Distrito de Pelotas, o custo para o produtor rural é muito elevado. “Com esse calor precisamos usar irrigação quase todo o tempo e a alta do diesel vai aumentar ainda mais o nosso custo”, avalia.

De acordo com ela, muitos produtores da colônia já não estão trabalhando mais devido aos preços baixos praticados, visto que não cobrem os custos dessa safra. “Plantar tomate não compensa mais pois tivemos uma supersafra”, lamenta. No atacado, o preço da caixa de 20 quilos do tomate está sendo comercializada por R$ 20.

Freguês da feira da Avenida Bento Gonçalves, Adão Oliveira vem achando bons os preços praticados. “Sempre faço pesquisa de preço. Mas o que está caro mesmo é arroz, feijão e café. O café só compro do mais barato”, explica. Oliveira opta pela feira da Bento mais pela qualidade dos produtos, por serem mais frescos, do que pelo preço praticado pelos produtores.

Alta dos combustíveis

Conforme o presidente da Ceasa, a alta dos combustíveis deve provocar em breve o aumento de hortifrutigranjeiros que vêm de fora do Estado.  “Certamente o mamão, manga, chuchu e gengibre, por exemplo, já devem ter acréscimo na próxima semana. Entretanto, na produção local e regional, o aumento não deve ser tão imediato”, avalia.

Situação preocupante para o produtor

No informativo conjuntural divulgado pelo Escritório Regional da Emater RS/Ascar de Pelotas, que reúne os preços médios do atacado praticados das principais hortaliças cultivadas na região sul, a abóbora japonesa, por exemplo, vem sendo comercializada a R$ 0,30 o quilo; a alface, uma caixa com 12 unidades, a R$ 6. A cebola, com produção significativa nos municípios de Rio Grande e São José do Norte, o valor comercializado pelo atacado é de R$ 0,49 o quilo.

“Devido à situação econômica de muitos produtores locais, que não estão conseguindo cobrir os custos devido os baixos preços dessa safra, certamente para 2026 teremos menos oferta de hortaliças pois muitos estão deixando de plantar, o que vai contribuir para elevar os preços finais para o consumidor”, projeta Benemann.

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