O projeto atual de reconstrução do trapiche está orçado em R$ 950 mil, segundo a prefeitura de Pelotas. A proposta apresentada pelo titular da Secretaria de Ações da Cidade (SAC), Flávio Al Alam, prevê a troca de todo o madeiramento da estrutura (colunas, piso e corrimãos), a manutenção do desenho atual e a divisão de recursos com a iniciativa privada.
Dos custos, aproximadamente R$ 480 mil seriam despendidos pelo Município na compra de material, e o restante (R$ 470 mil), relativo à mão de obra, seria prestação de serviços da iniciativa privada, em contrapartida a empreendimentos que estão sendo realizados na cidade.
Al Alam destaca que duas empresas foram procuradas para a execução da obra: uma delas é a CDR Decks, responsável pela revitalização de 2021, quando os quiosques foram construídos e colunas, tábuas e estacas trocadas, pelo custo total de R$ 140 mil.
Projeto em análise
O projeto de reconstrução apresentado por Al Alam está em análise pelo Executivo. Segundo o secretário, se for adiante, há a possibilidade de reabertura do Trapiche em novembro deste ano, com as obras iniciando-se em agosto.
“Pela questão financeira, não sei se vai dar. Estamos trabalhando com essa hipótese, mas tem outras de se pensar em fazer algo maior, mas aí precisa fazer um novo projeto mais complexo”, pondera. “Seria um empreendimento muito mais caro, teria que buscar dinheiro provavelmente no governo federal, porque a cidade não tem”, completa.
Dados entregues pela secretaria de Desenvolvimento e Turismo à SAC indicam que o Trapiche é o segundo ponto turístico mais fotografado em Pelotas, atrás apenas do Mercado Público. “Há os que querem essa super obra, de concreto. Eu, particularmente, acho que o Trapiche é charmoso porque é assim, combina mais com o Laranjal”, argumenta Al Alam.
Ele foi destruído pelas águas da Lagoa dos Patos na catástrofe climática de maio e está interditado desde o dia 13 daquele mês. Desde então, Al Alam afirma que iniciou a elaboração do projeto de reconstrução.
Estrutura
O Trapiche tem 385 metros de comprimento, com uma ramificação de 60 metros paralela à margem de areia. Atualmente, está a 2,20 metros acima do solo e o projeto de reconstrução prevê 2,30 metros. Terá, ainda, a possibilidade de um atracadouro de 60 metros, para ser feito “em um segundo momento”, explica Al Alam.
Histórico
O Trapiche foi construído pelo Valverde Praia Clube em 1968, uma concessão da Marinha do Brasil. De 2001 a 2012 ele esteve interditado, quando uma reforma capitaneada pelo Sinduscon o revitalizou.
De lá para cá, passou tempos interditados e fizeram-se novas reformas: em 2017, em parceria com a iniciativa privada, com o custo de R$ 36 mil, em 2021, de R$ 140 mil (parceria entre a prefeitura, a Porto 5 e AEAP), e 2024, após dois meses interditado, valor de R$ 43 mil.
Emenda
Na última semana, a deputada federal Maria do Rosário (PT) anunciou o destino de R$ 600 mil para a reconstrução do Trapiche. A emenda foi construída junto à vereadora Miriam Marroni (PT). Após o anúncio, no entanto, a prefeitura afirma que ainda não sabe se conseguirá ter acesso à emenda.