O Pelotas corre risco de perder de um a dez mandos de campo e ainda pagar multa de R$ 100 a R$ 100 mil. O motivo é a briga envolvendo torcedores do Lobo e do São José, na arquibancada do estádio Francisco Novelletto, em Porto Alegre, no dia 22. O clube da capital pode sofrer as mesmas punições.
A sessão virtual do Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-RS) que julgará o caso vai começar às 17h da próxima quarta-feira (5). O edital com a denúncia foi publicado na última quinta.
Pelotas e São José estão incursos no artigo 213 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), cujo texto fala em “deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto e lançamento de objetos no campo ou local da disputa do evento desportivo”.
Denúncia e possíveis interpretações
Conforme a denúncia no TJD, o Lobo não está incurso no § 1º do artigo 213, que menciona a possível perda de mandos de campo.
Porém, a interpretação da gravidade dos atos dos torcedores do Lobo envolvidos na briga pode ser diferente para os auditores. Eles podem acolher ou não a denúncia nos termos propostos – que incluiriam, no máximo, o pagamento de multa. Podem, também, reclassificar a denúncia, reenquadrando o tipo jurídico e, por exemplo, incluindo o inciso 1º, que acarretaria, em caso de condenação, em perda de mando.
Por outro lado, o § 3º do artigo 213 indica que os clubes podem ser isentos de responsabilidade pelos atos dos torcedores caso haja identificação e detenção dos envolvidos.
“A comprovação da identificação e detenção dos autores da desordem, invasão ou lançamento de objetos, com apresentação à autoridade policial competente e registro de boletim de ocorrência contemporâneo ao evento, exime a entidade de responsabilidade, sendo também admissíveis outros meios de prova suficientes para demonstrar a inexistência de responsabilidade”, diz o CBJD.
Relembre
Na súmula de São José 1 x 1 Pelotas, o árbitro Elias Elyseu relata que, durante o minuto de silêncio antes do início da partida, “foram arremessados para dentro do campo de jogo dois artefatos explosivos (rojões) vindos da torcida do Pelotas”. A sequência do texto do documento cita a paralisação aos nove minutos do primeiro tempo.
“Durante a confusão foram arremessados objetos como pedras, garrafas, extintor, cone e cadeira (assento) entre ambas torcidas. No início da confusão foi solicitado que a Brigada Militar entrasse para tomar as devidas medidas cabíveis. A partida ficou paralisada por dez minutos, dando reinício da partida somente após a chefe da Brigada Militar, Capitã Campos do 11º Batalhão, dar plenas condições de segurança”, completa o árbitro.
Próximos jogos
O Pelotas fará mais duas partidas em casa na primeira fase do Gauchão. A próxima é o clássico Bra-Pel, no dia 8. Conforme antecipou o A Hora do Sul, haverá torcida mista. O Áureo-Cerúleo ainda receberá o Juventude, no dia 15.
Posteriormente o Lobo disputará no mínimo mais um jogo em casa na competição. Isso depende do andamento da primeira fase.