O Núcleo de Documentação Histórica (NDH) Professora Beatriz Loner, da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), tem se voltado para a história institucional, comenta a diretora do NDH, professora Lorena Almeida Gill, ao falar sobre os mais recentes projetos deste departamento de pesquisa e documentação histórica.
Dois livros estão sendo produzidos: um sobre o Departamento de Medicina Social e do Programa de Epidemiologia e outro sobre a Faculdade de Enfermagem, fundada por 12 nordestinas, várias delas negras. “Isso na década de 1970, quando não era comum se ter professores negros nas universidades. Ainda hoje não é”, comenta.
A obra que envolve o Departamento de Medicina Social surge em parceria com o Programa de Epidemiologia. A proposta é narrar a trajetória dos 50 anos do DMS da Faculdade de Medicina da UFPel e do Programa de Epidemiologia da UFPel, surgiu deste Departamento em 1991. “O estudo que dá início ao programa foi coordenado pelo professor Fernando Barros e César Victora, a coorte de 1982”, relembra a pesquisadora.
Lorena comenta que quem começou os estudos institucionais foi o historiador e escritor Mario Osorio Magalhães com o livro sobre os 30 anos da UFPel, obra na qual a patrona do Núcleo, professora e pesquisadora Beatriz Ana Loner escreveu um capítulo.
O livro ainda não está pronto, a atual fase é de entrevistas. “Já fizemos 25 e a ideia é chegar a 35. Mas já temos sumário e tudo”, conta a coordenadora sobre a fase de pesquisas. O lançamento deve ocorrer no próximo ano. Sobre o livro da Enfermagem, a professora comenta que nada foi publicado ainda.
Origens e impacto
O DMS iniciou com a contratação dos médicos Kurt Kloetzel e Justino Faleiros, que reuniram jovens médicos talentosos, incluindo nomes como César Victora, Jorge Béria, Iná da Silva dos Santos e Luiz Facchini. Em suas memórias, registradas em outro livro produzido pelo NDH intitulado Uma Casa Chamada Leiga: os 60 anos da Medicina-UFPel, César Victora relembra como foi a sua chegada à Unidade. “Eu já era um admirador do Kurt através da leitura de seus livros, dos quais o mais inovador tinha como título O Raciocínio Clínico e fiquei entusiasmado com a proposta. Foi assim que, antes mesmo de completar a minha especialização, mudei-me para Pelotas e passei a integrar o grupo liderado por Kurt na UFPel”, diz o premiado pesquisador.
