Governo prevê novos pedágios entre Camaquã e Porto Alegre
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quinta-Feira30 de Janeiro de 2025

Polo Rodoviário

Governo prevê novos pedágios entre Camaquã e Porto Alegre

Leilão do trecho está previsto para ocorrer em dezembro de 2025 e faz parte da Rota Integração do Sul

Por

Atualizado terça-feira,
28 de Janeiro de 2025 às 19:29

Governo prevê novos pedágios entre Camaquã e Porto Alegre
Em 674 quilômetros, estão previstas a implantação de 12 novas praças de pedágio no Estado. (Foto: Jô Folha)

Após confirmação do Ministério dos Transportes, o Polo Rodoviário de Pelotas deverá ter anexado uma sexta ou até sétima praça de pedágio, em trecho localizado entre os municípios de Camaquã e Porto Alegre. Anunciado pelo ministro Renan Filho nesta terça-feira (28), o lote faz parte da Rota Integração do Sul, que interliga as BRs 116; 290/RS; 392 e 158. Em 674 quilômetros, estão previstas a implantação de 12 novas praças de pedágio no Estado.

Conforme cronograma apresentado durante coletiva pelo Ministério, a previsão é de que a Rota Integração do Sul seja analisada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) em abril de 2025, com lançamento de edital previsto para setembro de 2025 e leilão programado para dezembro de 2025.

Nos 674 quilômetros previstos para a concessão no Estado, deverão ser criadas 12 novas praças de pedágio. Apesar de ainda não confirmado, a expectativa é que dois novos pontos de pedágio sejam instalados entre Camaquã e Porto Alegre, comenta o vice-presidente de Infraestrutura da Federasul, Antônio Carlos Bacchieri.

Lideranças contrárias

Após confirmação pelo Ministério de Transportes da realização do leilão para dezembro, lideranças da Região Sul do Estado se manifestaram contra a possível implantação de até duas novas praças de pedágio na BR-116, entre Camaquã e Porto Alegre.

Na avaliação do vice-presidente de Infraestrutura da Federasul, o Porto de Rio Grande será um dos mais prejudicados com a possível instalação de dois novos pontos de pedágio. “Na audiência pública feita em 2022 foram apresentados dois pontos, um antes de Eldorado do Sul e outro em Camaquã”, relembra.

Também contrários à possível implantação, os deputados federais Alexandre Lindenmeyer (PT) e Daniel Trzeciak (PSDB), assim como o prefeito de Camaquã, Abner Dillmann (PSDB), demonstraram preocupação com os impactos econômicos que a região sofrerá.  “Nós já temos o pedágio mais caro do país, com um valor absurdo por praça. Com os dois novos pontos, atrair indústria para cá será praticamente impossível”, lamenta o prefeito.

Na avaliação de Trzeciak, pensar em novas concessões sem resolver a situação da Ecosul significa fechar as portas da metade sul para o desenvolvimento. “Estamos cansados de pagar um preço alto. Imaginar que de Rio Grande até Porto Alegre já são três pedágios – os mais caros do Brasil – e ainda querer colocar mais pedágios, não tem cabimento”, avalia.

Movimento para reversão

Conforme o Lindenmeyer, a alternativa será buscar diálogo junto ao Ministério dos Transportes para pelo menos tentar adiar qualquer hipótese de uma nova concessão. “Fiz um contato com a secretária Nacional de Transporte Rodoviário, Viviane Esse, mas ainda sem retorno. No dia 31 de janeiro vou estar em Brasília para começar a mobilização na tentativa de reversão com agenda junto ao Ministério dos Transportes”, diz.

Concessão histórica

Anunciada nesta terça-feira (28) pelo ministro Renan Filho, o lote do Rio Grande do Sul integra a maior carteira de concessões da história do Brasil. Serão R$161 bilhões em investimentos na infraestrutura de transportes; 8.449 quilômetros de rodovias beneficiadas e a realização de 15 leilões. Todas as regiões do Brasil serão contempladas com projetos.

No bolso

Valor do trecho entre Rio Grande e Porto Alegre atualmente é de R$ 58,80. Novas praças devem fazer tarifa passar dos R$ 60.

Acompanhe
nossas
redes sociais