A DJ Helô completa este ano quatro décadas de carreira, a data especial chamou a atenção da musicista Lise Peres, graduanda no bacharelado em Música Popular pela Universidade Federal de Pelotas, que elabora seu Trabalho de Conclusão de Curso sobre essa trajetória marcante na noite pelotense. No projeto a acadêmica ainda se propôs a conhecer melhor o público que acompanha a discotecária, através de um questionário on-line pelo link https://acesse.one/wAh1z.
O ponto de partida da pesquisa é a recente festa de Réveillon 2025, uma promoção da Helô que se tornou tradicional entre as atividades de final de ano no município. Na sua dissertação a acadêmica pretende dissecar a festa. “O foco é a DJ Helô, o que ela toca, qual o discurso que ela passa através da curadoria musical dela. Mas decidi fazer esse formulário para conhecer um pouco mais o público dela, não só o que vai no Réveillon”, comenta Lise.
Transmissão de conhecimento
A proposta é também atrelar a prática musical de Helô ao conceito de “oralitura”, da filósofa Leda Maria Martins, que aborda a transmissão de conhecimento que não é feita via textual. A partir da análise da festa, Lise pretende fazer uma breve análise dos gêneros e estilos tocados nas festas e como a DJ transmite conhecimentos através da música. “Quanto mais pessoas responderem, mais precisão vamos ter nas conclusões”, fala. A pesquisadora tem até o final deste mês para encerrar o levantamento de dados.
Nascida em Gravataí, a instrumentista e cantora Lise Peres está em Pelotas há oito anos, onde estuda música e estrutura a sua própria carreira artística. Nesse período ela conheceu Helô e se tornou amiga da DJ. A ideia inicial era fazer uma fotobiografia, mas o objeto de estudo acabou se tornando a trajetória dela e a festa de Revéillon. “Quarenta anos de carreira como DJ, para uma mulher negra no interior do Estado é muito importante”, diz a acadêmica.
