Prefeitura de Canguçu pressiona Corsan por melhoria nos serviços
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira22 de Janeiro de 2025

Cobrança

Prefeitura de Canguçu pressiona Corsan por melhoria nos serviços

Com aditivo contratual de 40 anos assinado pela última gestão municipal, administração atual considera buscar solução na justiça em caso de desacordo

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Prefeitura de Canguçu pressiona Corsan por melhoria nos serviços
Avenida 20 de setembro, uma das principais da cidade, tem parte da pavimentação destruída. (Foto: Jô Folha)

O prefeito de Canguçu, Arion Braga (PP), negocia junto à Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) pela melhoria do serviço oferecido ao município. A tratativa leva em conta, principalmente, a situação das ruas da cidade nas quais a companhia precisou intervir. Além disso, um aditivo contratual com a empresa na validade de 40 anos, assinado pelo ex-prefeito, Vinicius Pegoraro (PMDB), surpreendeu o atual gestor. Segundo Braga, o acordo não passou pelo Legislativo, e não oferece benefícios proporcionais à população.

O contrato de renovação acarreta em um aumento significativo nas contas de água dos consumidores, com a Corsan assumindo também o esgotamento sanitário. Dessa forma, os moradores passarão a pagar 70% a mais no valor de suas contas de água. Braga afirma que já se reuniu com representantes da Aegea Saneamento, que administra a Corsan. Caso não haja evolução no diálogo, ele considera a possibilidade de buscar uma solução judicial.

“Estamos tentando o acordo, de maneira amigável, para melhorar a contrapartida para o município. Não está uma negociação fácil, mas a Corsan não tem fechado as portas. Se caso não houver algo melhor, vamos tentar as vias judiciais para resolver essa situação”, declara o chefe do executivo.

Restauração das ruas

Entre as questões mais urgentes, está a avenida 20 de Setembro, uma das principais vias da cidade. O local apresenta um trânsito truncado devido à destruição da pavimentação, atribuída às obras da companhia. Mansur Garcia, proprietário de uma revendedora de automóveis da avenida, reclama do processo de restituição nos trechos em que ocorreram as intervenções.

“[A Corsan] abre os buracos e deixa eles abertos. Vieram lá de baixo fazendo isso e está muito ruim. Na parte que fecharam, está tudo desnivelado”, atesta o morador, que também não está satisfeito com o fornecimento de água. “Já chegou a faltar por dois dias direto aqui. Mas faltar um dia, uma manhã, uma tarde, isso é constante. E cada vez sobe mais os valores, e o serviço péssimo”.

Braga espera que a pavimentação dos pontos que passaram por obras seja restaurada da maneira adequada, e as ruas fiquem em condições iguais ou melhores do que estavam antes das intervenções. O atual cenário, com trechos de vias cobertas por areia e pedras mal niveladas, tem desagradado a população. “O que nós queremos é qualidade do serviço. Eu não contesto a necessidade das obras, mas o serviço não está bom”, esclarece.

Visita técnica

Na semana passada, em reunião com a alta direção da Aegea, foi acordado que uma equipe de engenheiros e técnicos seria enviada a Canguçu para avaliar a situação das ruas e as demandas que precisam ser atendidas. A expectativa é de que essa visita ocorra dentro de 15 dias. “A esperança é melhorar o abastecimento de água, a qualidade dos serviços e a situação das ruas”, diz o prefeito.

Corsan atende ao acordo

De acordo com a Aegea, em outubro de 2024 a Corsan já iniciou a repavimentação da avenida 20 de Setembro, que deve ser concluída em 30 dias. Em caso de chuva, o prazo deve ser estendido. Após a conclusão do asfalto no local, a equipe se deslocará para a Rua General Câmara, que também será repavimentada. Ao todo, serão calçados 13.804 metros quadrados, com investimento de R$ 1,2 milhão. Desta forma, a Corsan atende ao acordo com o município de restaurar os locais onde ocorreram intervenções da companhia.

Nova reunião amanhã

A empresa informa que vai tratar deste e de outros assuntos de interesse comum em reunião com o prefeito de Canguçu, marcada para amanhã.

Marco Legal do Saneamento

Todos os projetos da Corsan – tanto para abastecimento de água como para coleta e tratamento de esgoto – estão direcionados à universalização do saneamento básico previsto pelo Marco Legal do Saneamento, estabelecido por lei federal. Até 2033, 99% da população deverá ter acesso à água potável e 90%, à coleta e ao tratamento de esgoto. Para alcançar esta meta nos 317 municípios que atende no Rio Grande do Sul, a Corsan planeja investir R$ 1,5 bilhão por ano até lá.

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