“Vi muitos alunos fazerem desenhos para manifestar seus sentimentos”
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Terça-Feira21 de Janeiro de 2025

Abre aspas

“Vi muitos alunos fazerem desenhos para manifestar seus sentimentos”

Ronaldo Campello e a esposa, Marta Bottini, desenvolvem projeto “Caderno Literário Escrito a Giz…”

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“Vi muitos alunos fazerem desenhos para manifestar seus sentimentos”
Professor, Ronaldo Campello (D) acumula uma série de livros lançados. (Foto: Divulgação)

Ronaldo Campello é um professor de Pelotas, com formação acadêmica de mestre em Educação e Tecnologias pelo IFSul e em Artes Visuais pela UFPel. Junto de sua esposa, Marta Bottini, também professora e mestre em Artes Visuais, desenvolve o projeto “Caderno Literário Escrito a Giz…”, um trabalho que já alcançou seu terceiro volume e que tem sido um sucesso nas últimas edições da Feira do Livro, com participações em sessões de autógrafos. Além disso, Ronaldo está prestes a lançar seu terceiro livro físico, continuando sua trajetória como educador e escritor. Os cadernos podem ser encontrados em t.ly/p27Oe e t.ly/a5OgN.

Como surgiu a ideia do projeto e qual seu principal objetivo?

Surgiu após percebermos (eu e minha esposa) os trabalhos desenvolvidos pelos alunos. Sou professor de matemática no Colégio Pelotense. Trabalhando com os quintos anos, sempre vi muitos de meus alunos, após as atividades realizadas, fazerem desenhos e se utilizarem dessa forma de expressão para manifestar seus sentimentos. Minha esposa, por ser professora de arte nas escolas Areal e Fernando Treptow, sempre esteve mais envolvida com a produção de materiais como desenhos, pinturas e fotografias, que são componentes curriculares da disciplina. No seu cotidiano de sala de aula, essa é a sua matéria-prima. Então, um belo dia, surgiu a ideia de expor esses trabalhos dos alunos em suas mais diversas formas de expressão, como desenhos, fotografias, textos literários, entre outros. Precisávamos de um veículo de comunicação no qual pudéssemos incluir todas as formas de expressão artística que estavam sendo realizadas.

Como a experiência nas Feiras do Livro contribui para o desenvolvimento do projeto?

A experiência de termos participado das duas últimas feiras do livro de Pelotas (49ª e 50ª) na sessão de autógrafos contribuiu muito para solidificar a proposta do Caderno, pois é a última etapa do processo deste trabalho: apresentar o resultado final de uma proposta pedagógica menor que é desenvolvida em sala de aula e que leva tempo para ser concluída. Na feira de 2023, somente uma escola participou: a Areal. E poucos foram os alunos que estiveram na sessão de autógrafos. Na feira do ano passado, foram três escolas: Areal, Fernando Treptow e Pelotense, com mais de 25 alunos participando da sessão de autógrafos. Uma conquista e um orgulho imenso.

Quais foram os maiores desafios enfrentados durante a criação dos volumes do caderno?

A construção do Caderno se faz em várias etapas e cada uma delas possui seu grau de complexidade. Como é um trabalho desenvolvido a partir de conceitos pedagógicos e feito no chão da escola, os desafios são muitos, e surgem no início das aulas. Perpassam por ministrar os conteúdos, como a releitura, o que é, como podemos trabalhar, sombra e luz, ponto e linha, conceitos básicos sobre fotografia. Após cada conteúdo, surgem as aulas práticas e as coisas realmente se fazem. Há muitos alunos criativos, com talentos para as artes, nos quais a escola precisa investir. De certo modo, esta é a nossa parcela de incentivo. Há, também, a questão das autorizações que os pais dos alunos menores precisam assinar. Muitos levam as autorizações e demoram muito, ou acabam não trazendo. Sem elas, não podemos utilizar os materiais dos alunos. A curadoria do material, a digitalização, a montagem do arquivo final que é confeccionado em e-book, e depois impresso: etapas que são importantes e que se fazem a seu tempo. Se em algum momento algo não está de acordo, atrapalha a confecção final.

Sobre o que trata o seu terceiro livro físico?

Eu e Marta somos professores e poetas. Eu já tive a oportunidade de lançar três livros: Sentimentos Sombrios (físico), de 2015, pela Pragmatha Editora, um livro de poesias; Pesquisa em Ação: Trilhando Caminhos na Educação (e-book), de 2018, pela Atena Editora, onde fui organizador e que contém artigos acadêmicos; e um livro de artista chamado Ao fechar os olhos… (físico), de 2023, que contém sete poemas em prosa, lançado de forma independente. A Marta tem um livro de poemas lançado também pela Pragmatha em 2022, que se chama Relicário de Palavras, além de ambos termos participado de muitas coletâneas poéticas. Em 2025, surge a possibilidade de lançar, novamente pela Pragmatha, o meu quarto livro (físico), este de contos, no qual estou trabalhando desde o período pandêmico, que se chama Das coisas novas que aprendi…. Um livro que perpassa pelas emoções e sentimentos humanos e que traz um personagem central que trava suas lutas cotidianas uma por vez, sempre sendo resiliente.

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