Somente 14% da região central de Pelotas é coberta por vegetação
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira22 de Janeiro de 2025

Arborização

Somente 14% da região central de Pelotas é coberta por vegetação

Proporção está abaixo dos 30% recomendados. Mapeamento da cidade está sendo realizado por geógrafos da UFPel em parceria com a Secretaria de Qualidade Ambiental

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Somente 14% da região central de Pelotas é coberta por vegetação
Levantamento permitirá identificação de pontos que precisam de manejo. (Foto: Jô Folha)

Pela primeira vez, as áreas verdes e de vegetação de Pelotas estão sendo mapeadas e catalogadas para nortear políticas públicas de preservação ambiental. Com o levantamento executado por geógrafos da UFPel em parceria com a Secretaria de Qualidade Ambiental, será possível localizar regiões com deficiência de arborização e cobertura vegetal, bem como pontos que necessitam de manejo.

Primeira área avaliada pelos pesquisadores, o Centro tem apenas 14% de seu território coberto por vegetação. Conforme o coordenador do mapeamento, Roberto Antunes, a proporção ideal de cobertura do solo preconizada por estudos é de 30%. Com percentuais menores entre os impactos estão a desregulação do microclima, ou seja, temperaturas mais altas, bem como problemas de drenagem da água, o que provoca alagamentos.

Após o Centro, o levantamento realizado com softwares de mapeamento e imagens de satélite já está sendo executado no Fragata. O próximo bairro será o Laranjal. Até o momento, já foi possível constatar que os maiores índices de vegetação estão em parte do Porto, Colina do Sul e Três Vendas. “Se você já sabe onde está a vegetação, fica mais fácil de poder identificar quais são os problemas que ela possui”, diz Antunes.

Levantamento e cadastro das áreas

De acordo com o professor de geografia da UFPel, o projeto de estudo nasceu da identificação de falta de informações sobre as áreas verdes e a cobertura de vegetação de Pelotas. “Nós visualizamos que tem algumas dificuldades de saber qual realmente a quantidade e qual o tipo de vegetação que existe na cidade. Então, o projeto vem justamente para isso, para fazer um levantamento, um cadastro e também a atualização das áreas verdes”, detalha.

O mapeamento poderá contribuir para o planejamento urbano, a arborização e o manejo da vegetação. “A área verde é só uma área de lazer? Qual é a função dessa área verde? A partir disso, nós vamos discutir quais são os impactos para a cidade, quais são os benefícios que essas áreas verdes trazem”, diz Antunes.

Após o levantamento de toda a cidade, a nova etapa será a análise dos dados obtidos para a criação de biótipos urbanos (unidades de paisagem), para uma classificação da cobertura e do uso dentro da cidade de cobertura de vegetação e áreas verdes.

Em áreas livres, por exemplo, há a possibilidade de criação de parques, já em pontos de deficiência ações de implementação de arborização. “Na avenida Bento Gonçalves, próximo do Carrefour, tem algumas áreas que não têm vegetação no canteiro central, então poderia ser implantado pela prefeitura árvores neste local”, exemplifica.

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