Novo filme de Alexandre Meirelles e Chico Maximila promete ir além da luta de classes
Edição 19 de julho de 2024 Edição impressa

Quarta-Feira22 de Janeiro de 2025

Cinema

Novo filme de Alexandre Meirelles e Chico Maximila promete ir além da luta de classes

O jogo, curta-metragem estrelado por Glória Andrades e Clemente Viscaíno, deve estrear no circuito nacional em julho

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Novo filme de Alexandre Meirelles e Chico Maximila promete ir além da luta de classes
Obra conta com Clemente Viscaíno e Glória Andrades no elenco (Fotos Janu Amarelo)

Encerradas as gravações, agora O jogo, que tem roteiro e direção de Alexandre Mattos Meireles em parceria com o produtor de audiovisuais Chico Maximila, entra na fase de pós-produção. Neste curta-metragem pelotense a dupla propõe um mergulho nas complexas interações sociais entre a classe operária e a elite econômica em uma sociedade marcada por profundas desigualdades, sob a ótica da empregada doméstica Cida, vivida pela atriz Glória Andrades. A obra tem financiamento via Lei Paulo Gustavo, por meio da Prefeitura de Pelotas.

Orgulhoso da equipe que formou para este projeto, Meireles contou com a produção executiva de Renata Wotter e a direção de fotografia de Lívia Pasqual, ganhadora do Kikito de melhor direção de fotografia pelo filme Pastrana, no Festival de Cinema de Gramado, no ano passado. A direção de arte é da artista Jéssica Porciúncula e a produção é de Guilherme Wetzel.

Em cena estão atores experientes, como a porto-alegrense Glória Andrades e o paulista Clemente Viscaíno, que atuou em novelas como Gênesis (2021) e Caminho das Índias (2009). A obra, que se passa em uma tarde de 2022, tem ainda no elenco Maureen Nogueira, que trabalhou no primeiro filme de Meireles, Além da fronteira (2021), Charlie Rainé, Francine Furtado e Marina de Oliveira. 

Para as locações foram feitas cenas no Areal e no Porto, em frente ao Galpão Satolep, parceiro na produção. As gravações foram encerradas no início deste mês.

Diferentes estratos sociais

Na obra, os diretores e roteiristas propõem que o filme perpasse as tensões, os conflitos entre os diferentes estratos sociais, revelando as nuances de suas relações. Apesar de terem motes bem diferentes em Além da fronteira, Meireles também trata de pessoas comuns que buscam construir o seu lugar no mundo. 

“Apesar de serem filmes completamente distintos na sua narrativa, eles trazem em si, carregam no roteiro, na escrita, na interpretação, esse protagonismo para essas pessoas periféricas”, avalia o diretor. Meireles diz que seus roteiros evidenciam o protagonismo das pessoas periféricas, das pessoas pretas, das que geralmente estão na sociedade de uma maneira muito marginal. 

A ideia é dar voz a essas pessoas, colocando-as como sujeito das ações. “E O jogo, é isso, é uma empregada doméstica, é um motorista, 90% do filme se passa na cozinha dessa casa e o único momento em que o empregado sai desse espaço de trabalho é o momento em que ela vai ter um embate com a patroa”, conta. 

Várias camadas

Se fosse resumir, Meireles diz que é um filme sobre luta de classe basicamente, mas o objetivo é ir além, colocar várias camadas nessa história, como o etarismo e a maternidade solo. “O etarismo é muito forte porque são dois atores com mais de 70 anos. Um deles é o incrível Clemente Viscaíno, que já fez novelas, participou do Domingo, é um cara que deu uma força muito grande ao filme, uma potência”, elogia o diretor.

Meireles também destaca a presença da atriz Glória Andrade, uma atriz também de teatro de Porto Alegre. “Ela fez um trabalho brilhante.”  O diretor e roteirista ainda elogia a atuação de Maureen Nogueira. “É a nossa estrela da companhia aqui de Pelotas. E os incríveis Charlie Reiné, Marina de Oliveira e Francine Furtado”, completa.

Lançamento

O jogo deve ser lançado no circuito nacional somente no segundo semestre. Na primeira metade do ano vai em busca dos festivais internacionais.

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