Descarte irregular ainda é realidade em Pelotas

Ambiente

Descarte irregular ainda é realidade em Pelotas

Além de provocarem mau cheiro e danos ao meio ambiente, os resíduos causam sobrecarga do sistema de esgotamento

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Atualizado segunda-feira,
15 de Julho de 2024 às 10:19

Descarte irregular ainda é realidade em Pelotas
No Canal do Pepino, próximo ao Navegantes, descarte é feito junto à água (Foto: Jô Folha)

Em pontos tradicionais onde o acúmulo ilegal de resíduos, sobretudo de origem doméstica, ocorrem de maneira descontrolada, o perigo de alagamento e surgimento de animais peçonhentos é um problema. Mesmo que a legislação use de multas como mecanismo educacional para quem comete este tipo de crime, acaba quase ineficiente frente à quantidade de vezes que a prática é flagrada.

Um dos cenários mais caóticos fica no bairro Navegantes, às margens do canal do Pepino, que divide os dois sentidos da avenida Bento Gonçalves. O excesso de lixo vai aumentando gradualmente em direção ao bairro. As sacolas plásticas e caixas de papelão que são vistas no início, se transformam em sofás, armações de móveis, eletrodomésticos estragados e uma infinita variedade de objetos.

Segundo uma moradora que vive em frente a um desses focos, mesmo que a coleta de lixo seja efetuada corretamente, a limpeza não dura muito tempo. “Todas as quintas, de manhã, o caminhão vem e tira o lixo. Uma vez por semana eles vêm. Recolhem tudo, deixam limpinho. Só que uma hora depois, já tem gente que vai ali para jogar o seu lixo”, conta Carla Nunes, de 50 anos, que convive com o problema há mais de três décadas.

Carla diz que toda vez que enxerga alguém descartando lixo irregularmente em frente à sua casa, interrompe o ato. Ainda assim, a resposta que vem em seguida, de acordo com Carla, é que a beira do canal não é propriedade dela. “A gente fala, se comunica, diz que não pode colocar o lixo, mas as pessoas xingam.”

Balneário dos Prazeres também sofre com lixo

No Balneário dos Prazeres, até uma geladeira foi descartada (Foto: Jô Folha)

No Balneário dos Prazeres, o popular Barro Duro, o problema do lixo já foi elevado a outro patamar, com o aparecimento frequente de animais peçonhentos e, principalmente, roedores. Na avenida Minas Gerais, os moradores precisam conviver com um vizinho coletador que acumula em frente à sua casa diversos itens que encontrou pelas ruas. A quantidade de lixo é tamanha que, além de tomar conta de parte da via, alguns resíduos já invadiram o pátio de casas.

Fiscalização

De acordo com a prefeitura, a fiscalização da Secretaria de Qualidade Ambiental (SQA) atua mediante denúncia e realiza vistoria e laudo para constatação dos fatos denunciados, sendo fundamental haver indícios de autoria. As denúncias podem ser feitas de forma presencial na SQA, no Parque da Baronesa, com funcionamento das 8h às 14h, de segunda a sexta-feira (exceto feriados), ou na Ouvidoria, pelo número 3309-6012.

Ele atribuiu essa cultura a uma falta de conscientização de parte da população, “uma lacuna no exercício da cidadania, pois o lixo descartado afeta toda a coletividade”, completa. Para o secretário, o fundamental é investir em educação ambiental com ações nas redes escolares e nas comunidades mais vulneráveis, a fim de interromper esta cultura, o que a Prefeitura faz com regularidade por meio de ações da equipe do Núcleo de Educação Ambiental em Saneamento (Neas) do Sanep.

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