Salto à elite nacional aumenta desafios da Malgi

Outro patamar

Salto à elite nacional aumenta desafios da Malgi

Garantido na Liga Feminina de Futsal (LFF), projeto pelotense busca recursos para cumprir novas demandas

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Salto à elite nacional aumenta desafios da Malgi
Ginásio do Profut vem sendo a casa da equipe (Foto: Jô Folha)

A chegada ao grupo das principais equipes do futsal feminino brasileiro, anunciada na segunda-feira (18), faz a Malgi precisar se adequar às novas demandas. Para cumprir os requisitos da participação inédita na Liga Feminina de Futsal (LFF), o projeto pelotense terá que trabalhar com uma receita cerca de três vezes maior em relação à última temporada. A busca por recursos financeiros é urgente.

O investimento anual vai girar em torno de R$ 600 mil. A entidade responsável pela competição nacional cobre os valores das passagens para os jogos, mas é de responsabilidade dos times o custeio de hospedagem e alimentação durante as viagens, por exemplo. Com 80% do elenco montado, entre renovações e contratações, também será necessário continuar de olho no mercado em busca de mais atletas.

Ginásio

Outro tema crucial envolve o local das partidas em casa. Segundo o fundador, coordenador e treinador da Malgi, Maurício Giusti, há negociações com o Sesi para utilizar o ginásio localizado na avenida Bento Gonçalves, o maior da cidade. Porém, existe a possibilidade de investir na qualificação do Profut, ginásio de capacidade inferior onde a equipe vinha mandando seus jogos.

Conforme as exigências da LFF para os ginásios, seria preciso, no Profut, instalar novas arquibancadas, organizar uma sala para a arbitragem, pintar o piso e aumentar a área de escape da quadra, por exemplo. Eventuais reformas ainda teriam que receber o sinal verde da Liga, cuja edição 2025 contará com 13 equipes de sete unidades federativas.

Realidade

Para Giusti, “não faria mais sentido” manter o projeto com o mesmo calendário, ou seja, disputando só competições estaduais. No RS, a Malgi é um dos dois times com regime profissional, ao lado da Celemaster, de Uruguaiana. O coordenador da equipe pelotense diz que a diferença de nível para todas as outras rivais gaúchas, exceto as uruguaianenses, desfavorece o crescimento.

Fundada em 2010 e oficialmente registrada em 2016, a Malgi tem batido na trave em disputas equilibradas contra a Celemaster nas disputas estaduais – Série Ouro da FGFS e Gauchão da Liga Gaúcha. O projeto conta com profissionais das áreas de psicologia, nutrição e fisioterapia, além da comissão técnica e dois médicos, fora convênios com empresas do ramo da saúde.

No site oficial da Malgi, está disponível o portal da transparência. O contato com a direção do projeto pode ser feito via Instagram @futsalmalgi.

Saída após 11 anos

Um ciclo está se encerrando na Malgi. Após 11 anos no projeto, Dudinha anunciou sua saída nesta sexta-feira. “O quanto cresci, aprendi e evoluí como atleta e como pessoa é imensurável”, disse via rede social. Dudinha soma 238 jogos, com 199 gols e 84 assistências.

Entrevista

Maurício Giusti, fundador, coordenador e técnico da Malgi

Giusti é fundador, coordenador e treinador (Foto: Aline Klug)

Por que era tão importante chegar na LFF?
Manter atleta aqui como atleta, todo dia, é caríssimo. Há alguns anos a gente vem chegando nas finais estaduais. Tudo bem, vem perdendo, mas está chegando. A gente está há anos chegando na ponta do Estado, mas a ponta do Estado está ficando pequena para nós. Em 2023 joguei 50 jogos. Jogos competitivos foram quatro, cinco. Ano passado jogamos 27 jogos, fizemos três jogos competitivos em Angola e mais cinco contra Uruguaiana [Celemaster]. Perdemos os títulos, mas ganhamos dois jogos delas.

O que justifica esse salto e quais os primeiros pontos positivos?
Estacionamos aqui, agora precisa saltar de nível para ter motivação e para que o investimento que as pessoas fazem na gente tenha retorno. Quero jogar um jogo com 1,5 mil pessoas no ginásio e as pessoas não saibam se tu vai ganhar ou perder. O produto [em nível estadual] perdeu relevância, apesar de ser muito bom, porque a gente ganha. A gente também esteve do outro lado, já perdemos muito. Já fomos a equipe que toma dez, agora somos a equipe que faz dez. Vamos chegar com uma equipe mais jovem na Liga e vamos aprender. É virar a chave agora. Estando em nível nacional, a tendência é que a gente pelo menos se mantenha no nível que a gente vem em nível estadual.

O que muda no processo de captação de atletas?
Tem que pensar em qualidade técnica, recurso e interesse da atleta. Agora, com a Liga, o interesse mudou. Agora tem interesse. Antes, tínhamos toda a condição, inclusive a grana, mas a atleta dizia ‘não sei, só tem Estadual…’. São muitas variáveis.

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