Falta de chuva já preocupa produtores de soja na região

Agronegócio

Falta de chuva já preocupa produtores de soja na região

Em Pelotas, lavouras começam a apresentar falhas e problemas devido à falta de água

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Falta de chuva já preocupa produtores de soja na região
Produtor William Schiavon estima perda de até 50% da área destinada a soja precoce. (Foto: William Schiavon )

A falta de chuva dos últimos 15 dias na região Sul começa a preocupar os produtores de soja. Em Pelotas, são 28 mil hectares que vinham se desenvolvendo bem até o final do mês de dezembro. Entretanto, desde o começo de janeiro, o clima seco associado à alta presença de ventos, com temperaturas em elevação, tem prejudicado o plantio da soja precoce, semeada por volta de outubro de 2024.

O produtor do sétimo e do quinto distrito de Pelotas, William Schiavon, relata a possível perda de até 70% da soja precoce, plantada em outubro. “De área total plantada de soja, a perda deve ser de cerca de 40% a 50%”, informa. Com 450 hectares de soja e citros, o produtor relata que a questão climática vem interferindo desde o começo do plantio.

“Em outubro e novembro sofremos com o excesso de chuva. A partir do mês de dezembro normalizou a situação. A partir do dia 10 de dezembro começou a redução de chuva e em janeiro está terrível”, avalia o produtor. Com algumas áreas asseguradas, Schiavon também relata dificuldades relacionadas ao alto valor do seguro para produtores rurais.

Também produzindo em Pelotas, Jones Becker relata problemas enfrentados pelo cultivo do milho devido à escassez de chuva em seus 30 hectares. O produtor em 2024 deixou de plantar soja em função do cenário previsto para o grão. “Apesar de não ter tido problemas de colheita com a soja no ano passado, resolvi trocar para o milho pois a soja está se tornando uma lavoura muito cara”, comenta.

Becker optou pelo milho devido à alta produtividade. “Seguindo o cultivo, o milho pode se tornar mais rentável que a soja. A dificuldade do milho é na venda por ter uma liquidez mais lenta do que a soja”, explica. De acordo com o produtor, “o milho é uma cultura com menos chance de perder, pois caso não seja possível extrair o grão, dá para fazer silagem”.

Becker também tem a expectativa pela chuva nos próximos dias, visto que a lavoura encontra-se na fase de crescimento. “Se não vier a chuva o pé para de crescer e não vai dar espiga e ter força para o grão depois. Se vier uma chuva nesta semana já dará uma amenizada, senão será 100% de perda”, diz. A colheita do milho deve ocorrer no final do mês de abril.

Cenário

De acordo com o chefe do escritório da Emater/RS – Ascar de Pelotas, Rodrigo Prestes, apesar das condições climáticas desfavoráveis, ainda é cedo para avaliar a totalidade dos danos. “Já é possível ver algum efeito desfavorável com relação à falta de chuva, mas, realmente, já é possível verificar danos nas plantações da soja precoce”.

Região Sul

Na região Sul, estão semeados 95% do total das lavouras estimadas para a safra 2024/2025. Nas lavouras implantadas as plantas de soja estão em desenvolvimento vegetativo com 92% das lavouras nesta fase. Os outros 8% das áreas as plantas de soja estão em início de florescimento.

Conforme o último informativo conjuntural da Emater Pelotas, as plantas estão com bom desenvolvimento. Nos 22 municípios da região Sul, a estimativa é de colher 1,4 milhão de toneladas.

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