Desconforto abdominal, cólicas, vômitos e diarreia têm levado muitos pelotenses às Unidades Básicas de Saúde. Pelo levantamento do Prontuário Eletrônico do Cidadão (PEC) da Secretaria de Saúde de Pelotas, 194 pessoas passaram pelos postos de saúde com os sintomas na primeira semana de janeiro, o que corresponde a quase o dobro da média. Já na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Areal, nessa época do ano, o aumento é de 20%.
O levantamento aponta ainda que os casos estão relacionados a viroses intestinais, sendo que os locais que mais prestaram atendimento a pacientes com essas queixas foram as Unidade Básicas de Atendimento Imediato (UBAIs). Na unidade do Navegantes, havia oito pessoas à espera por atendimento na tarde de ontem, mas nenhum era por caso de virose intestinal.
A médica responsável técnica da UPA Areal, Maria Andrea Guadalupe, conta que os atendimentos por essa demanda, tanto em crianças como em adultos, têm aumentado na UPA desde final de novembro. A médica explica que as infecções do trato digestivo, que recebem o nome de doenças diarreicas, podem ser causadas por bactérias, vírus ou parasitas. Os principais sintomas dessas enfermidades são diarreia, dor abdominal e vômitos.
Sintomas
A dor abdominal forte foi o primeiro sintoma da dona de casa Tainara Raimundo dos Santos, 29. De dezembro até ontem foram três viroses que ela acredita ter sido causada pela água. “Da dor no abdômen evoluiu para uma cólica muito forte e por fim, a noite inteira indo e vindo ao banheiro”, diz ela que aguardava atendimento na UBS do Laranjal para outro problema. A cuidadora Vivian Vieira Couto, 43, já atribui o problema intestinal que teve no final do ano às misturas que fez com os salgadinhos, alguns com maionese. “Foram sete dias bem ruins, com cólicas constantes, mesmo tomando probióticos”, relata.
Maria Andrea diz que os casos de diarreia podem durar vários dias e ter consequências muito mais negativas do que um simples desconforto. Por exemplo, levar a desidratação se não tratados. Tainara e Vivian trataram as viroses em casa e acreditam que não será a última vez. Nesses casos, a técnica da UPA recomenda boas práticas de higiene e acesso à água tratada como principais métodos de prevenção.