Na tentativa de pressionar a prefeitura, a direção da Associação das Entidades Carnavalescas de Pelotas (Assecap) postou uma nota em suas redes sociais pedindo que o executivo se manifeste sobre o repasse da subvenção ao Carnaval 2025. O planejamento vai impactar especialmente na data do evento, que continua indefinida. “A gente precisa sentar com a prefeitura para ver o cronograma de repasses dos recursos, a tendência é que seja no fim do mês de março, mas não tem nada certo”, diz o presidente da entidade, Edson Planella.
De acordo com Planella, até o momento a entidade garantiu R$390 mil da prefeitura e R$300 mil de emendas impositivas da Câmara de Vereadores, garantindo à Assecap quase R$700 mil. O que para o dirigente ainda não é o ideal, faltariam ao menos R$200 mil.
“No ano passado o investimento foi de R$765 mil, captamos R$705 mil, bilheteria foi de R$85 mil. Cobrimos todo o orçamento da festa”, relata. Entretanto, a direção trabalha com um orçamento entre R$900 mil a R$1 milhão, contando com possíveis aumentos nos custos. O valor ainda conta com o retorno de mais duas entidades carnavalescas, que entram no rateio da subvenção.
Após as eleições, a diretoria da Associação procurou a Câmara Municipal e garantiu um valor de R$300 mil em emendas impositivas dos parlamentares:Jurandir Silva (PSOL), R$60 mil; Paulo Coitinho (Cidadania), R$ 50 mil; Carla Cassais (PT), R$50 mil; Carlos Junior (PSD), R$40 mil; Dila Bandeira (PSDB), R$25.000,00; Fernanda Miranda (PSOL), R$20 mil; Cristina Oliveira (PSB), R$20 mil; Miriam Marroni (PT) R$10 mil; Rafael Dutra (Barriga/UB), R$10 mil, Cesar Brisolara (PSB), R$10 mil e Cauê Fuhro Souto (PV), R$ 5 mil. Planella também conversou com o deputado federal Daniel Trzeciak (PSDB), que acenou com a possibilidade de acrescentar um novo valor ao evento.
Gestão também preocupa
Outro problema a ser resolvido, comenta Planella, é quanto a gestão do evento. No ano passado o Carnaval ficou por conta da entidade. A autonomia é bem-vinda em alguns quesitos, afirma Planella, porque o tempo para contratação dos serviços é mais rápido quando é feito de forma direta, bem como os custos ficam mais baixos. “Mas caso seja a Assecap (gestora), queremos uma participação maior da prefeitura como parceira do evento e não nos largarem com tudo, como foi em 2024”, adverte.
Ele defende a formação de uma comissão organizadora para acompanhar a montagem da estrutura e a liberação do Plano de Prevenção Contra Incêndios e para auxiliar na solução a problemas que possam surgir.
“(no ano passado) só tivemos apoio na abertura dos buracos para que a empresa contratada instalasse a iluminação, fizesse a limpeza da área, o resto tudo foi a Assecap que contratou e realizou”, diz. O presidente diz que inclusive o concurso da corte do Carnaval, realizado no largo do Mercado Central, no dia 3 de março de 2024, ficou totalmente a cargo da entidade.
Como essa organização ainda não foi debatida, Planella avalia ser impossível realizar a festa junto com a data nacional, que é 4 de março. “Se o governo pensar diferente, vai ter que realizar, porque na data nacional é impossível com todos esses atrasos”, diz o dirigente.
Relatório das emendas
A secretária de Cultura, Carmem Vera Roig, disse ao A Hora do Sul que conversou com a representação da Assecap antes da posse e que se comprometeu em retomar o diálogo após ter uma proposta para a data dos repasses dos recursos. Ontem ela recebeu ontem o relatório com as 39 emendas impositivas para o Carnaval 2005, via Secretarias de Cultura e Turismo.
Ciente do prazo curto para organizar o evento, Carmen diz que é provável que se repita o modelo que foi adotado anteriormente para manter a agilidade do processo, para durante este ano montar um novo projeto para o Carnaval. “Vamos estudar uma nova fórmula, mas sempre junto com quem faz o Carnaval”, comenta.
Hoje Carmem vai conversar com o secretário de Fazenda para ver a questão dos repasses. “Quando eu chamar a Assecap para conversar, quero ter algo concreto em mãos”, fala.
A direção da Liga dos Blocos de Rua e Cordões Carnavalescos de Pelotas teve a primeira reunião de trabalho com a secretária e presença da vice-prefeita, Daniela Brizolara, ontem, sobre a festa de rua. Os recursos para essa entidade são oriundos das emendas impositivas da Câmara. “Com eles, a prefeitura não tem esse compromisso de ter recurso para apoiar os blocos, como tem como a Assecap”, diz Carmen.